A diversidade está além da pauta, baseada nos valores da empresa. (Angelina Bambina/Getty Images)
Bússola
Publicado em 15 de agosto de 2022 às 07h00.
Última atualização em 15 de agosto de 2022 às 16h14.
Por Rafael Lisbôa
Com a evolução do processo industrial analógico para o digital e a transformação promovida pela automação e o uso de dados, as startups ocupam lugar de destaque na nova economia e desempenham papel estratégico na construção do futuro. Suas soluções tecnológicas e seus modelos disruptivos de negócios trazem inovação para o mercado e a sociedade. Mas, tal qual setores mais tradicionais da economia, essas empresas modernas e arrojadas ainda são pouco diversas e inclusivas.
Estudo da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) revela que a maioria não tem ações específicas para a diversidade. A pesquisa ouviu representantes de 2.500 startups no ano passado e, embora quase todos tenham afirmado apoiar o tema, apenas 39% possuíam processo seletivo voltado para a inclusão de grupos minorizados. E o resultado é que o ecossistema brasileiro de startups está longe de representar a pluralidade da nossa sociedade.
Apesar de mulheres e negros serem maioria da população no Brasil, homens e brancos aparecem como fundadores de 7 em cada 10 startups no país. Os números da Abstartups mostram que, no quadro de funcionários dessas empresas, falta diversidade de gênero, étnico-racial, de orientação sexual e de idade. Mais de 31% não têm negros na equipe e quase 20% não possuem colaboradoras mulheres. Apenas 2 em cada 5 contam com funcionários acima de 50 anos. E mais de 90% das startups não possuem pessoas trans e pessoas com deficiência nos seus times.
Os indicadores deixam claro que a agenda de inclusão precisa avançar com urgência, com a adoção de políticas afirmativas e compromissos efetivos. Mais diversidade significa também mais vantagem competitiva, sobretudo para empresas em fase de crescimento. Negócios com equipes plurais – que têm diferentes origens, experiências e histórias de vida – são verdadeiramente inovadores e mais capazes de atrair talentos e conquistar novos mercados.
Webinar promovido pela Bússola, na próxima quarta-feira, 17 de agosto, às 12h, vai debater a importância de tornar o ecossistema brasileiro de startups mais diverso e apresentar iniciativas de empresas na busca por ambientes mais inclusivos e menos desiguais. Participarão da live: Amara Moira, professora da Descomplica; Aline Toretto, head de Cultura e Pessoas da 180o Seguros; Nubia Nappi, especialista em Gestão de Pessoas da Bitso Brasil; e Pedro Berto, intrapreneur na SaltPay/Volpe Capital. A moderação será feita por Rafael Lisbôa, diretor da Bússola.
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