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Brasil caminha para estar entre países com maior percentual de vacinados

Mato Grosso do Sul e São Paulo são as duas primeiras unidades da federação a ter mais da metade da população imunizada com duas doses ou dose única

Desde 14 de setembro a média diária se mantém próxima de 500 mortes (Erasmo Salomao/Ministério da Saúde/Divulgação)

Desde 14 de setembro a média diária se mantém próxima de 500 mortes (Erasmo Salomao/Ministério da Saúde/Divulgação)

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Publicado em 27 de setembro de 2021 às 17h14.

Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 17h46.

Por Marcelo Tokarski*

O Brasil atingiu neste domingo o patamar de 40,7% da população com o esquema vacinal completo (duas doses ou dose única). No total, 67,8% dos brasileiros já tomaram pelo menos a primeira dose de alguma das vacinas contra a covid-19. Com bastante atraso, alguns estados brasileiros começam a apresentar índices de vacinação semelhantes aos de países que iniciaram bem antes suas campanhas de imunização.

Mato Grosso do Sul (55,6%) e São Paulo (53,9%) são as duas primeiras unidades da federação a ter mais da metade da população imunizada com duas doses ou dose única. Já com pelo menos a primeira dose, lideram o ranking de vacinação os estados de São Paulo (78,6%) e do Rio Grande do Sul (70,5%), além do Distrito Federal (70,2%).

Os números são um alento e mostram que, apesar de todas as dificuldades, é muito pequena a resistência à vacinação contra a covid-19 no Brasil. Vamos pegar como exemplo os Estados Unidos, um dos países que começaram mais cedo seu processo de vacinação, mas que também têm características continentais e uma população grande.

Até aqui, 65% dos americanos tomaram pelo menos a primeira dose, patamar agora ultrapassado pelo Brasil. Lá, apenas 56% das pessoas estão imunizadas com as duas doses, patamar já atingido aqui pelo estado do Mato Grosso do Sul. Em função da alta resistência de parte da população americana em relação às vacinas, o ritmo de crescimento da população totalmente imunizada é bastante lento.

Para ter uma ideia, os Estados Unidos levaram dois meses para saltar de 50% para 56% o percentual de população com duas doses ou dose única. Aqui, subimos 6 pontos percentuais em duas semanas. A tendência é que dentro de seis semanas o Brasil chegue a quase 60% da população totalmente imunizada. Ainda bem.

Pesquisas feitas com a população sempre mostraram a alta adesão dos brasileiros à vacinação. Por aqui, a fatia de negacionistas é inferior a 10% da população acima de 16 anos. Nove em cada dez brasileiros querem se vacinar, provavelmente fruto de um histórico bem-sucedido de campanhas de vacinação contra várias doenças.

É de esperar que o Brasil chegue a esse percentual de vacinados. Seja pelas pesquisas de intenção, seja pelo exemplo de Portugal, que como o Brasil sempre teve campanhas fortes de vacinação em massa. Os portugueses são a população mais vacinada no planeta (em termos proporcionais): 87% já tomaram ao menos uma dose e 84%, as duas doses ou dose única. Potencial para atingir esse patamar o Brasil tem.

Casos e mortes

Enquanto a vacinação segue avançando, os números da pandemia continuam controlados no Brasil. Após o efeito estatístico da inclusão de casos retroativos pelo estado do Rio de Janeiro, a média móvel de novos casos registrados voltou ao nível de 16.000 por dia, um dos menores de toda a pandemia. Já o número de mortes por covid-19 está estável há duas semanas, tendo chegado neste domingo a 527 óbitos por dia. Desde 14 de setembro a média diária se mantém próxima de 500 mortes. Hoje, a média de óbitos cresce em dez estados e no Distrito Federal, diminui em dez e se mantém estável em seis.

Nas próximas semanas, saberemos se estamos diante de um novo platô — período em que a média fica estável por bastante tempo — ou se voltaremos a registrar recuo nos indicadores. Com o avanço da vacinação, o segundo cenário é o mais provável. Mas nessa pandemia não tem sido bom ter previsões otimistas.

*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.

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