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Bia Leite: Ampliando a conversa sobre empreendedorismo feminino

Você conhece o Laboratório de Gênero e Empreendedorismo?

Experiência ajuda a construir uma base para a diversidade (M_a_y_a/Getty Images)

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Publicado em 30 de maio de 2023 às 13h30.

Última atualização em 30 de maio de 2023 às 13h44.

Por Bia Leite*

A jornada do herói sempre nos ensina que o herói vence tudo sozinho. Ele tem um mentor ali, um ajudante acolá, mas o herói é por definição um protagonista solo. Saindo dos filmes e teorias, é sabido que a transformação profunda e perene do mundo não acontece por ação de uma pessoa ou organização sozinha. Precisamos do governo, da sociedade civil e das empresas mudando junto.

Para quem atua no meio social, é fácil ter em mente as lições aprendidas do dia a dia ao lado de pessoas que buscam vencer os desafios da fome e pensar mil soluções para isso, no entanto e quem está fora dessa “bolha”.

Como fazer o conhecimento e ideias chegarem mais longe?

Uma das formas é através da publicação aberta dos dados. Por isso, há oito anos a Rede Mulher Empreendedora (RME) e o Instituto RME criaram o Laboratório de Gênero e Empreendedorismo, que pesquisa e publica informações sobre o perfil e necessidades das empreendedoras (acessíveis abertamente no link). Entendemos que temos nosso papel na geração de renda, e que ele pode e deve ser complementado em outros eixos (exemplo: saúde da mulher), assim como pode ser ampliado e se tornar política se outras organizações, públicas e privadas também se atentarem ao tema e às questões das mulheres.

Além da disponibilização de conhecimento sobre as mulheres e geração de renda, a atuação em rede, apoiando outras organizações sociais e em parceria com governo, é essencial. Vai desde a colaboração informal, ou mesmo inclusão das organizações em sua “cadeia de valor”, tal qual o IRME fez no projeto Heróis Usam Máscaras, mobilizando mais de 60 ONGs para produção de máscaras na pandemia.

Ainda mais importante: chegar ao poder público, pelas vias corretas. O advocacy bem-feito pode ser complexo: como selecionar as entidades ou representantes que de fato levam a pauta da geração de renda para mulheres a sério e estão dispostos a colocar recursos lícitos ou transformar em política o que falamos e fazemos? Com certeza, não se resume em um parágrafo (em um evento, ou em um dia). Trabalho que leva tempo e dedicação, e muitos cuidados.

E o mais importante: entender que não estamos sozinhos, nem fazemos a transformação sozinho. É importante sentar com quem entende, remunerar de forma justa por esse conhecimento, construir pontes.

Porque a escala da transformação social não virá só com tecnologia e inteligência artificial, e sim com pontes bem construídas e embasadas!

*Beatriz Leite é gestora de projetos, formada em gestão ambiental pela USP e pós-graduada em gestão de projetos pelo Senac. Atua há quase dez anos em negócios e organizações sociais, nas áreas de longevidade, desenvolvimento local, cultura e empoderamento feminino

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