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Arys investe no interior de São Paulo para ser a maior da América Latina

Empresa é a única do Brasil que fabrica drones com tecnologia aeroespacial movidos a gasolina, para o mercado agrícola

Empresa prevê crescimento de até 7 vezes nas vendas em 2022 (Bussola/Divulgação)
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Bússola

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 20h25.

O agronegócio está cada vez mais tecnológico, sempre buscando por soluções que ajudem a potencializar os resultados, já que o Brasil é um dos principais produtores do mundo. Pensando nisso, o empreendedor Luis Felipe Mellão fundou a ARYS, empresa brasileira de tecnologia aeroespacial, desenvolvendo e fabricando sistemas não tripulados para pulverização agrícola e também coleta de dados georreferenciados. A empresa está em pleno crescimento e projeta aumentar de cinco a sete vezes o volume de produtos comercializados para 2022 e alcançar faturamento de R$ 100 milhões em 2023.

A Arys se projeta no mercado como a única fabricante brasileira de drones movidos a gasolina para pulverização agrícola e para serviços de larga escala. As pesquisas se iniciaram há cinco anos, com a missão de oferecer uma tecnologia de ponta acessível para todos, de uma forma escalável e com baixo custo de operação.

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“Nas últimas décadas, houve uma expansão horizontal agressiva na agricultura brasileira, o que dificulta a otimização de recursos para combater qualquer anomalia durante as safras e acaba resultando em ainda grandes perdas num setor que já não tem muita sobra nas margens. Tínhamos que achar um jeito de criar soluções eficazes e constantemente alinhadas com as necessidades atuais do mercado. Os drones elétricos não têm autonomia o suficiente, e um custo por hectare muito elevado para superar a fase dos early adopters e passar a ser adotado em massa”, afirma Mellão.

Os sistemas utilizados pela aerotech são projetados de ponta a ponta, com foco na realidade dos clientes brasileiros, tornando os produtos mais performáticos. “A Arys conta com um time especializado no setor aeroespacial e agrícola, possibilitando um diálogo com o agricultor, facilitando a compreensão das dificuldades desses profissionais no dia a dia e propondo soluções tecnológicas que hoje otimizam os processos no campo”, diz Renato Franzoni, diretor de Tecnologia da empresa.

Economia

Um dos diferenciais dos drones pulverizadores produzidos pela Arys é o fato de operarem a gasolina, diferentemente de outros do mercado que são movidos a bateria. Segundo Mellão, isso garante mais autonomia, pois conseguem voar por até 45 minutos, enquanto que os elétricos conseguem manter o voo, em média, por apenas 10 minutos. E também oferecem maior economia, já que um drone elétrico tem um custo variável de no mínimo R $40 por hectare, e os da Arys custam de R $6 a R $9 por hectare.

Além de ser mais sustentável, pois não utilizam baterias, que hoje não são descartadas da forma mais adequada e acabam prejudicando o meio ambiente. “Por ser fabricado no Brasil, nosso drone tem um pós-venda local, o que se traduz em alta disponibilidade mecânica. Hoje nos comprometemos a entregar peças de reposição em até 48 horas”, diz Mellão.

O mais novo drone produzido pela Arys é o Stratus H30, drone a combustão com tanque de 30 litros e autonomia de até 45 minutos de voo. O H30 conta também com um sistema de dispersão de sólidos e sementes. Uma outra versão é o H12, com capacidade de 12 litros, a mesma autonomia de 45 minutos de voo e aplicação de 8 hectares por hora. “É uma vantagem para pecuaristas e projetos de reflorestamento em massa”, diz o CEO da empresa.

Crescimento

A Arys hoje se encontra em pleno crescimento, com planos de expansão nacional. O número de funcionários cresceu 11 vezes entre 2021 e 2022, passando de apenas 5 para 55. A empresa conta com escritório em São Paulo e sede em São Carlos, onde opera a fábrica que produz os drones. Até o final do ano a empresa irá inaugurar uma nova planta e abrirá mais de 40 vagas de emprego, chegando à produção de 450 drones até o final de 2023. Hoje a aerotech conta com uma cartela de clientes que inclui produtores rurais, prestadores de serviços e parcerias com grandes cooperativas, como a Copercana, que está entre as 90 maiores empresas do agro do país (segundo a Forbes).

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