O Negroni é um dos clássicos no portfólio da APTK Spirits (APTK Spirits/Divulgação)
Repórter Bússola
Publicado em 28 de novembro de 2024 às 13h00.
Três medidas de Gordon's, uma de vodka, meia medida de Kina Lillet e, é claro, mexido, não batido. Desde sua concepção nos anos 1950, a receita do lendário Vesper Martini, drink favorito de James Bond, está cravada na memória de apreciadores da coquetelaria. Luiz Paulo Fogetti é um desses.
O empreendedor é um dos fundadores da APTK Spirits, paulistana que oferece coquetéis engarrafados e que projeta encerrar 2024 com um total de R$ 60 milhões em vendas, e 2025 com um total de R$ 100 milhões.
Fundada em 2021, com um investimento inicial de cerca de R$ 11 milhões, a empresa viu uma escalada rápida e orgânica, indo de três para vinte e duas lojas em três anos.
A estratégia da marca para conquistar protagonismo no mercado se baseia na praticidade, aposta na democratização dos coquetéis de alto padrão e aproveita um gap observado na procura deles em relação à cerveja e ao vinho.
Luiz é engenheiro de formação, mas encontrou talento mesmo na habilidade de escalar negócios. Em bancos como Citibank e Unibanco, ele adquiriu experiência em finanças e planejamento estratégico. Em bares da capital de São Paulo, como Jun Sakamoto, Almanara e Frank Bar, ele encontrou a paixão pelos coquetéis.
Juntando os dois, o empresário fundou seu primeiro negócio: a Ice for Pros, onde escalou a produção de gelo cristal para a coquetelaria. Assim ele conheceu seu atual sócio, Ale D’Agostino, bartender renomado com mais de 20 anos de experiência e que usava o gelo da Ice for Pros no seu bar – que Luiz frequentava.
“Ele fazia garrafas prontas de Negroni e Boulevardier. Elas acabavam rapidamente, eram maravilhosas! Certa noite eu perguntei: por que você tá fazendo isso só para 20 ou 30 pessoas? Vamos fazer isso para duas mil ou três mil!”, conta.
À meia luz do lendário Apothek Cocktails & Co, comandado por D’Agostino, os dois abraçaram a ideia e sentaram para desenhar um plano. Com drinks em mãos e jazz nos alto-falantes, eles planejaram o negócio que hoje já possui mais de 28 produtos e presença nas principais cidades do Sul, Sudeste e Centro-oeste do país.
Segundo Luiz, não. O portfólio da APTK, que conta com clássicos como Dry Martini, Old Fashion, Negroni e Cosmopolitan, é assinado por D’Agostino e é resultado de extenso trabalho de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).
Na escolha e criação dos drinks, a dupla faz questão de fórmulas que não dependem do frescor na mistura e que passam por controle de qualidade elevado.
“A APTK transpira, bebe e vive inovação. As empresas perceberam isso e começaram a nos procurar. Aí nasceram as parcerias. O licor de coco do Coco Bambu é nosso. O licor de chocolate da Cacau Show e o Rabo de Galo do Rosewood, também. Somos uma referência em P&D, e essa inovação que fazemos é algo que a gente adora”, conta Luiz.
O empreendedor ainda completa dizendo que é impossível vender bebidas sem paixão. No desenvolvimento do portfólio, ele e o sócio ainda trouxeram brasilidade com clássicos como a Caipirinha e o Rabo de Galo, além de originais da marca.
Todo o investimento em P&D e paixão pela coquetelaria vai render um EBITDA de cerca de R$ 4 milhões este ano, e a empresa já planeja os próximos passos da sua consolidação no mercado de bebidas de alto padrão.
A APTK Spirits está se preparando para abrir uma nova rodada de captação, que deve resultar em cerca R$ 30 milhões que serão investidos nos quatro principais pilares da estratégia para 2025:
“Nós queremos adensar a operação, e não costumamos partir para um novo território sem antes conquistar o atual. Para 2025, vamos ter em torno de 10 a 12 novas lojas. Tudo dentro da meta e sem loucura. Assim que fizemos a marca crescer organicamente, sem quase nenhum impulso”, Luiz explica.
A APTK atrai majoritariamente o público A e B, e foca na fidelização por meio da criação de experiências sensoriais. Quem entra em uma das lojas, encontra um ambiente bem curado, elegante como as cenas da alta sociedade nos filmes do agente 007.
“É muito bacana receber alguém e perguntar ‘qual é o seu drink?’ e ouvir a pessoa responder ‘o meu é um Martini’ ou ‘um Fitzgerald’ e ter uma garrafa com esse drink para oferecer a ela. Nosso público é muito fiel e carinhoso. O cativamos proporcionando essa experiência”, conclui.
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