Onde está um desafio agora? Ver se a economia conseguirá respirar sozinha quando tirarem o respirador que a sustenta desde março (Amanda Perobelli/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 30 de setembro de 2020 às 19h29.
Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 19h33.
A boa notícia do dia é a forte criação de empregos em agosto (leia). Boa notícia para o governo, para quem conseguiu se empregar ou tem esperança de encontrar uma vaga. O auxílio emergencial e as outras medidas excepcionais aprovadas contra a crise da covid-19 parecem estar cumprindo seu papel.
Medidas anticíclicas funcionam. Onde está um desafio agora? Ver se a economia conseguirá respirar sozinha quando tirarem o respirador que a sustenta desde março. O que ajuda? Talvez não tenha havido nesse período destruição maciça de forças produtivas, apenas um breque.
Agora vem a parte mais complexa. O governo vai ter de achar espaço fiscal para dar uma mão aos que não sairão tão bem assim destes meses de paradeira. E vai ter de encaixar a coisa no teto de gastos, que a cada dia ganha mais adversários, abertos ou disfarçados.
Não é mesmo uma equação simples. De todo modo, os dados do Caged de agosto têm gás para dar um respiro à pressionada figura do ministro da Economia. Mas a vida dele é de ciclista. Tem de continuar pedalando (sem trocadilho) para não se esboroar.
*Analista político da FSB Comunicação
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