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A robótica está cada vez mais perto de se tornar maior aliada da medicina

Benefícios da integração da tecnologia com o SUS são enormes

Uso de robôs pode solucionar gargalos no atendimento médico (IStock/Getty Images)

Uso de robôs pode solucionar gargalos no atendimento médico (IStock/Getty Images)

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Publicado em 2 de março de 2023 às 14h00.

Reunindo uma série de benefícios e contribuições em um guarda-chuva multissetorial, a tecnologia já está tão presente em nossas vidas que se torna praticamente inviável pensarmos em uma rotina sem as suas facilidades. Se em dispositivos e ferramentas de trabalho notamos, por proximidade, sua presença e importância, quando analisamos sob uma esfera muito mais ampla – como a ciência e a medicina, com inovações constantes pelo bem e longevidade das populações globais – assegura-se que não teríamos chegado tão longe sem este advento, em uma jornada promissora a cada descoberta.

Vertendo olhares para o cenário brasileiro, especialmente no âmbito da saúde, vemos uma grande onda de expansão em tecnologias e soluções que ainda há pouco pareciam distantes da atual realidade. Sabemos que os investimentos nessas ferramentas representam uma disparidade longe de comparações, entre unidades privadas e públicas, entretanto, caminhamos para uma atmosfera de equidade em médio prazo. Aceleradas pela recente pandemia, as teleconsultas, por exemplo, que já faziam parte dos serviços privados, tomaram corpo no Sistema Único de Saúde (SUS) e permitiram que consultas eletivas mantivessem seu ritmo.

Nessa mesma linha evolutiva, acompanhamos inovações promissoras no rol das intervenções cirúrgicas. Enquanto os procedimentos laparoscópicos, minimamente invasivos, seguem há alguns anos contribuindo para a excelência de cirurgias em diferentes especialidades, muito em breve, esperamos uma repercussão de magnitude similar na área da ortopedia, especialmente no que diz respeito às artroplastias de joelho – um procedimento que consiste na substituição da articulação por próteses ortopédicas, indicado como uma chance de cura e reabilitação às pessoas que sofrem de artrose em níveis severos.

Atualmente, os dados desse tipo de cirurgia, assim como as especificamente voltadas para a reabilitação de quadril, ainda são responsáveis por um gargalo no SUS. No Brasil, de acordo com os dados disponíveis no Datasus, entre 2008 e 2015 foram feitas 189.457 cirurgias no quadril e joelho de artroplastias parciais, totais primárias, revisões, implantes não convencionais e luxação coxofemoral pós-artroplastia, com gastos superiores a R$ 700 bilhões. Um panorama que pode ser totalmente redesenhado em termos de quantidade, qualidade e eficiência de procedimentos, economia de tempo e capital, a partir de investimentos em tecnologias como as plataformas robóticas, que já estão em plena expansão nas redes privadas, com resultados promissores nas artroplastias de joelho.

A colaboratividade dos robôs ortopédicos traz uma precisão inigualável nos procedimentos, ao atuar em parceria com os médicos especialistas neste tipo de cirurgia. Em conjunto com tecnologias de computador e de software, estes sistemas inovadores reúnem uma série de dados do paciente, coletados por meio de exames e avaliações pré-cirúrgicos e integrados à anatomia em tempo real, mapeada durante o procedimento, o que permite uma projeção em 3D da articulação. Munidas de braços robóticos, tais soluções são capazes de apontar, de forma submilimétrica, o ponto exato a ser feita a incisão, permitindo o encaixe perfeito da prótese ortopédica e ampliando o potencial de preservação dos tecidos que envolvem o joelho.

Trata-se de um diferencial de personalização que tem permitido a realização de cirurgias ortopédicas cada vez mais práticas, otimizadas e de alto índice de sucesso aos médicos, do planejamento à execução. Aos pacientes, permitem uma recuperação mais rápida, com menos dor, menos sessões de reabilitação, menor administração de medicamentos pós-operatórios e redução do tempo de internação, quando comparado às técnicas cirúrgicas tradicionais; ganhos em qualidade de vida e custos reduzidos a todo o sistema de saúde.

A vida segue seu curso e não há dúvidas que os avanços da tecnologia atrelados ao bem-estar e qualidade de vida estarão, muito em breve, acessíveis a todos os pacientes do Brasil. É só uma questão de tempo.

 *Leonardo Moraes é gerente geral da Zimmer Biomet no Brasil

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