Tema entrou com força na pauta da NFR 2022: Retail’s Big Show, um dos maiores eventos de varejo do planeta, que aconteceu em Nova York (Angelina Bambina/Getty Images)
Bússola
Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 15h38.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2022 às 15h50.
Por Andrea Fernandes*
São muitas as transformações que vivemos no mundo atual — transformações para melhor. Ainda há uma longa caminhada a ser feita, mas eu costumo ter uma visão muito otimista das coisas. Inclusão e diversidade são temas imprescindíveis que estão nas nossas discussões cotidianas (ainda bem!), e fazem parte também do universo do varejo. O tema entrou com força na pauta da NFR 2022: Retail’s Big Show, um dos maiores eventos de varejo do planeta, que aconteceu em Nova York.
Durante o evento, inclusive, celebrava-se o legado de Martin Luther King — os Estados Unidos têm um feriado no país especialmente para isso, que acontece sempre às terceiras segundas-feiras do mês de janeiro, recordando uma fonte permanente de inspiração para as lutas contra a discriminação racial por ter sido um dos mais importantes líderes do movimento pelos direitos civis dos negros na América.
No NFR 2022 foram muitas as mesas e fóruns para discutir a questão da igualdade, da equidade de gênero. Foi importante poder acompanhar os speeches de mulheres em cargos de liderança falando sobre a importância da diversidade e como ela pode ter um papel fundamental na questão da inovação.
Carla Harris, vice-chairman do Morgan Stanley, destacou que é preciso mudar culturas e observou que um dos focos para ampliar a diversidade está no momento da contratação. E que não só os consumidores estão pautando as marcas para esse debate mas também os próprios colaboradores, que querem fazer parte de empresas com as quais se identifiquem e que sejam um espelho da diversidade existente na sociedade.
A CEO da Best Buy, Corie Barry, apontou tendências que estão no foco do varejo e uma delas é a da inclusão e diversidade. Segundo ela, isso é bom para a sociedade e acaba por consequência sendo bom para os negócios também. Ela destacou que, em tempos difíceis como o que vivemos, isso está no radar das pessoas mais do que nunca.
E foi muito interessante ver que, para além dos discursos, já existem iniciativas que são postas em prática. No âmbito da inclusão de pessoas com deficiência, por exemplo, me chamou a atenção uma startup chamada FACIL’iti, uma iniciativa que “adapta” os sites para as necessidades de pessoas com deficiência visual, pessoas com daltonismo, disléxicas, pessoas que sofrem com Parkinson etc.
Garantir a diversidade é uma realidade urgente. E o mundo das artes pode nos servir como fonte de inspiração. Ainda em Nova York, tive a chance de ver que essa sensibilidade está presente nos espetáculos da Broadway. Six é uma comédia musical britânica que traz uma releitura moderna da vida das seis mulheres de Henrique VIII — e elas cantam sobre os sofrimentos que tiveram no relacionamento.
No palco, a diversidade estava não só nas letras das canções mas também na composição do elenco, que contava com mulheres negras, obesas, asiáticas — todas diferentes entre si, e com um olhar de sororidade. E a diversidade também está no musical Moulin Rouge. O espetáculo conta com uma maestrina, Julie McBride, e com uma personagem que é uma drag queen, interpretada pelo ator filipino-canadense Jeigh Madjus.
Minha alegria foi enorme em ver a inclusão representada nos palcos — e acredito que ela deve ser levada para todos os lugares. O e-commerce não é exceção. Nosso dever é proporcionar experiências incríveis para todes.
*Andrea Fernandes é CEO do T.Group
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