A luta que parece nunca terminar
Especialista em comunicação da área de saúde analisa os números da covid-19 no RJ e o aumento da ocupação de leitos de UTIs
Mariana Martucci
Publicado em 1 de outubro de 2020 às 19h56.
Última atualização em 1 de outubro de 2020 às 21h11.
As cenas de praias e bares lotados no Rio de Janeiro criaram a preocupação de aumento de covid-19 no estado. Sempre feita a ressalva de que as análises sobre o vírus são de curto prazo, os dados não mostram uma escalada da doença.
Faz uma semana que o Rio está no patamar de 80 mortes por média móvel de sete dias. O recorde ocorreu há três meses, quando atingiu 210 óbitos.
Mesmo o número de casos, que não é o melhor termômetro porque ele pode sofrer um aumento quando mais pessoas são testadas, está na faixa dos 450 na média móvel, bem diferente dos 890 do final de agosto.
O que acontece realmente no Rio é que ele está num platô alto. Se a boa notícia é que o número de óbitos não está crescendo, a questão é que também não diminui.
Mas se não há mudança de patamar, então por que está aumentando a porcentagem de leitos ocupados de UTIs da rede SUS (público e privado) na capital? Hoje esse índice está em 79%. Alto, mas não como maio, quando chegou a 97%.
Porque a abertura de leitos de UTIs está diretamente ligada à demanda. Quando a procura por leitos começou a cair, eles foram desativados ou utilizados para outras internações que não de covid-19.
A taxa de segurança é de 85% dos leitos ocupados. Ao chegar a 79%, o recado é claro: hora de arregaçar as mangas novamente para ter leitos suficientes, evitando assim uma sobrecarga que afete todo o sistema de saúde do Rio.
*Sócia-diretora da FSB Comunicação
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