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A eternidade na política

Sobre o impacto das eleições municipais na disputa de 2022, analisa alerta para o tempo muito particular da política

Vista do Palácio do Planalto (Paulo Whitaker/Reuters)

Mariana Martucci

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 17h45.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 17h57.

Muito vai se falar sobre o resultado das eleições municipais de 2020, a partir de domingo, e seu impacto na eleição presidencial de 2022. Litros de saliva serão despejados e quilos de pólvora serão disparados para desvendar o futuro.

Adianto aqui a conclusão mais importante: tudo muda muito em política com rapidez surpreendente. A verdade de hoje é a fake news de amanhã, ou o contrário, dependendo da evolução dos fatos.

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Se na campanha de 2018 alguém garantisse que o candidato Jair Bolsonaro governaria abraçado com o Centrão, seus eleitores carimbariam "fake news" na boca de quem dissesse tal barbaridade. Mas os fatos insistem em acontecer, independentemente de haver ou não nuvens no céu.

Segunda conclusão: vitórias políticas são momentâneas, precisam ser cultivadas dia a dia. O vencedor deve matar um leão por tuíte para continuar a surfar na onda do mandato. Deitar em resultado esplêndido é pedir para ser pisoteado por fatos novos.

Terceira lição: derrotas eleitorais nunca são eternas. Lula perdeu três, antes de ganhar duas e depois ser responsável por Dilma Rousseff ser reeleita. O que não significa que ganhará novamente. Derrotados desta eleição poderão comemorar amanhã, ou não. Isso soa muito a Caetano Veloso, não?

O fato maior é que, em se tratando de eleição, deve-se respeitar a democracia e celebrar os resultados dentro das regras do jogo. Essa é a premissa maior e imutável.

*Analista político da FSB Comunicação

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