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A Anvisa e o antídoto contra fake news

Na transmissão on-line da reunião da Anvisa, a agência liberou duas vacinas e ainda ofereceu o melhor remédio contra mentiras: comunicação transparente

Prédio da Anvisa em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Prédio da Anvisa em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 19h31.

Domingo, dia 17 de janeiro de 2021. Anvisa era o segundo termo mais comentado no Twitter com mais de 123 mil menções. Desde as 10 horas da manhã, quando iniciou a transmissão pelo seu canal no YouTube e até as 15 horas e pouco, quando finalizou, a agência tinha escrito uma página importante que foi além da aprovação emergencial das vacinas. A forma como estamos fazendo comunicação digital no país ganhou também um marco especial e um benchmark necessário: a transparência dos fatos, a informação técnica correta da fonte e, ainda por cima, em tempo real. É uma preciosa equação que deve ser valorizada e aplaudida. A Anvisa foi impecável.

As 5 horas, 19 minutos e 18 segundos da transmissão se transformaram numa maratona técnica acompanhada, no canal da agência no Youtube, por milhares de pessoas. O vídeo já tem quase 350 mil visualizações. Até ontem o vídeo mais popular da Anvisa era, vejam só, de 3 anos atrás. Ele tem apenas 53 segundos, possui 48 mil visualizações e conta como lavar bem as mãos. Parece até uma dica visionária...

Quando as pessoas ouviram falar que a autorização da Anvisa para o uso emergencial das vacinas Oxford/Astrazeneca e Coronovac ia ser transmitida pelo Youtube foi um fio de pólvora pela internet e muita gente apostou na espetacularização. Logo o fogo baixou: a agência já fazia uso desse formato de comunicação há alguns anos, em suas reuniões. Eu também não sabia. E foi interessante ver o evento analisando as diversas telas: a TV fechada, o YouTube, os comentários nas redes sociais (Twitter e Instagram, especialmente). E, claro, o WhatsApp “bombando” com o “vai aprovar/não vai aprovar”. Eu acompanhei em todas as telas do jeito fragmentado que já aprendemos a lidar. E foi uma das mais interessantes experiências recentes que tive em comunicação.

Repararam nos ternos e roupas impecáveis do time da Anvisa? No tom emocionado mesmo antes do slide ou da recomendação/voto final? As redes responderam bem a esse ritual bacana que o time da agência adotou. Foi notório o sentimento de aprovação e de humanização que era direcionado para a Anvisa. Havia um clima de final de campeonato, mas os críticos da vacina não conseguiram superar os que estavam esperançosos. A tag #Anvisa foi usada mais de 121 mil vezes no Instagram nas últimas 18 horas (além do já citado TTs do Twitter), e #VemVacina foi mencionada 120 mil vezes.

Uma das pessoas que tem se destacado na cobertura da pandemia (e esclarecimentos sobre ela) é o biólogo Atila Iamarino. E é dele que vem um post que resume muito bem o que deve ser comunicação hoje, ainda que se tenha que passar por muitas informações técnicas, como foi o caso de ontem. Ele escreveu: “Sei que o pronunciamento até aqui é bem entediante. Mas estamos vendo a história sendo escrita e transparência é fundamental. Assim como critérios técnicos. Orgulhoso de como foi conduzido até aqui.” (Atila Iamarino - @oatila, às 14.04 PM)

A Anvisa liberou duas vacinas e deu, de graça,  uma dica de antídoto poderoso contra as fake news.

*Sócia-diretora Digital&Inovação da FSB Comunicação 

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