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88% dos presidentes de conselhos não exercem função executiva na empresa

Estudo 2023 do EY Center for Board Matters também aponta que apenas 14% das empresas dos participantes possuem mulheres nessa posição

Dado vem de pesquisa da EY (Maskot/Getty Images)

Dado vem de pesquisa da EY (Maskot/Getty Images)

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Publicado em 13 de julho de 2023 às 19h00.

Última atualização em 13 de julho de 2023 às 19h12.

A EY lançou a pesquisa 2023 sobre o papel da presidência do conselho de administração, realizada pelo EY Center for Board Matters com membros de conselhos de diferentes setores e tamanhos de companhias, sendo 36% de empresas listadas na bolsa de valores, com o objetivo de traçar um perfil que permita entender melhor as características gerais de quem exerce a posição. Entre os insights mais relevantes, o estudo indica que 88% dos presidentes não exercem função executiva na empresa.

“Isso reforça que esses profissionais não fazem parte da diretoria, com cargos de C-level. Eles têm mais a função de 'aconselhar' do que administrar de fato”, explica Roberto Azevedo, sócio de Consultoria em Organização e Gestão de Pessoas da EY Brasil. Além disso, apenas 14% das empresas dos participantes possuem mulheres na posição. “Essa ainda é uma realidade e temos baixa diversidade nos conselhos”, completa.

Já o perfil do(a) presidente é de um(a) profissional experiente, com idade média de 59 anos e aproximadamente 1/3 ocupa o cargo há mais de quatro anos. A pesquisa também reforça que, cerca de 20% dos(as) presidentes de conselhos também são representantes institucionais e/ou porta-voz de suas empresas. Segundo Roberto, “outro ponto interessante reforçado na pesquisa é que apenas uma a cada quatro empresas conta com um plano de sucessão formal para a presidência do conselho de administração”.

Em relação à avaliação e à remuneração, 59% dos participantes afirmaram que não são formalmente avaliados e 53% informaram que o(a) presidente recebe uma remuneração diferenciada em relação aos demais. “Além disso, apenas 14% dos(as) presidentes das empresas participantes recebem também uma parcela variável relacionada ao desempenho, além da remuneração fixa”, diz Azevedo.

“Outro questionamento bem interessante que fizemos durante a execução dessa pesquisa foi sobre a percepção de “poder de decisão” que CEO e presidente do conselho possuem dentro da companhia”, conta o executivo. O resultado disso é que 24% dos participantes indicam que o(a) presidente do conselho de administração tem mais poder, enquanto 48% acredita que é o(a) CEO, 23% indicam que os poderes são equivalentes e 5% informaram que ambos são a mesma pessoa.

A grande maioria, 92% dos participantes, concorda que o(a) presidente do conselho de administração tem como norte a sustentabilidade de longo prazo e atender os diferentes grupos de interesse/stakeholders da empresa. Para Roberto, “esse posicionamento reforça ainda mais o papel de aconselhamento desse(a) profissional dentro das empresas”. E, de modo geral, a liderança do(a) presidente do conselho tem sido eficaz ou muito eficaz em administrar diferentes conflitos e interesses.

Por fim, os aspectos qualitativos do estudo mostram que as qualidades mais relevantes para uma presidência eficaz são a visão estratégica e sistêmica do ambiente em que a empresa se encontra e a liderança inclusiva. Em contrapartida, as potenciais práticas negativas destacadas estão relacionadas a um comportamento autoritário e centralizador da palavra, além do baixo domínio da agenda para condução da reunião.

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