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Sete coisas que aprendemos com a Black Friday 2021, do consumidor ao Pix

Evento foi um reflexo dos tempos que vivemos, com o comportamento do consumidor ainda influenciado pela pandemia e pela expectativa de retomada

Confira nesta coluna as mudanças que a Neotrust apontou na Black Friday 2021 (Europa Press News/Getty Images)

Confira nesta coluna as mudanças que a Neotrust apontou na Black Friday 2021 (Europa Press News/Getty Images)

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Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 15h18.

Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 15h27.

Por Andrea Fernandes*

Uma das datas mais importantes do ano para o varejo brasileiro, a Black Friday (BF) sempre parece um rito de passagem para a reta final do ano. Mais uma vez, o evento foi um reflexo dos tempos que vivemos, com o comportamento do consumidor ainda influenciado pela pandemia e, o mais curioso, pela expectativa de retomada. Uma certeza é que tivemos uma BF também impactada pelo cenário macroeconômico. É o que apontam os números levantados pela Neotrust.

Os dados da empresa trazem ensinamentos que vou compartilhar aqui com vocês. Vamos lá!

1. Consumidor mais cauteloso

Já se esperava uma Black distinta diante de taxas de desemprego de dois dígitos e uma inflação em alta, chegando a 1,25% em outubro e acumulando 10,67% em 12 meses pelo IPCA. Mas os números revelaram um consumidor ainda mais cauteloso. Nossa previsão, para essa edição, era de um crescimento de 18%. Mas a alta foi de 7,1% na soma do resultado de quinta a domingo, com faturamento total de R$ 7,5 bilhões. Nessas 96 horas, o volume de pedidos teve ligeira queda de 0,2%. E o tíquete médio foi de R$ 654,06, com uma alta de 7,2% em relação a 2020. Esses números devem ser olhados com atenção, pois já podem dar um norte do que esperar para o Natal.

2. Pix: menos convidativo

É verdade que os pagamentos com Pix cresceram, mas não houve um boom. Os dados preliminares da Neotrust, coletados durante a BF, mostraram que uma pequena parcela dos pedidos, de um dígito, foi paga com Pix. Em primeiro lugar, disparado, ficou o cartão de crédito. Esse fenômeno pode ter algumas explicações. Uma delas pode estar no fato de existir uma trava de limite do valor no Pix, medida adotada para garantir a segurança dos clientes, mas que pode inibir o pagamento de compras de valor mais alto, dependendo do horário. Além disso, a BF acontece no final do mês – um momento em que o consumidor tem mais dificuldade de comprar à vista. O dinheiro está mais curto.

3. Frete: cada vez mais importante

Já comentei em outro texto que todo mundo ama frete grátis — e o varejo está cada vez mais atento a essa preferência. Na BF,  a participação do frete grátis foi de 66% do total de pedidos. No caso do frete pago, o valor teve uma redução de 8%, girando em torno de R$ 20, em média. Cabe observar que, além de estar arcando com parte do custo de frete, o varejo se estruturou muito melhor na área logística, investindo em ganho de eficiência e redução de custos para atrair o consumidor. Sorte nossa!

4. A volta do presencial

Todo mundo gosta de saber quais foram os produtos mais vendidos. Neste ano, Moda e Acessórios ficou em primeiro lugar, com pouco mais de 2,5 milhões de pedidos. Depois, vieram Beleza e Perfumaria, com aproximadamente 1,4 milhão. Com o avanço da vacinação e a retomada das atividades presenciais, as pessoas estão buscando dar aquela renovada no guarda-roupa, investindo mais nos cuidados com beleza, para voltar a sair de casa – seja para trabalhar ou para encontrar os amigos. O autocuidado é sempre bom e dá um ânimo novo! Mas lembre-se sempre que os cuidados contra a covid-19 ainda são essenciais.

5. Vida mais prática em casa

Como comentei, estamos vendo uma certa volta à normalidade. Mas é fato que ainda ficamos muito mais em casa do que antes da pandemia e começamos a dar um outro valor a esse espaço. E isso se refletiu também na lista dos mais vendidos. Os eletroportáteis ficaram no top-5 de itens mais comprados, com destaque para aspiradores de pó e air fryer. E nada melhor que uma casa limpa e a praticidade de uma ‘fritura’ sem óleo espirrando pela cozinha. Facilita a limpeza e sobra mais tempo para ver sua série favorita.

6. E-commerce avança nas maiores faixas etárias

Outro dado interessante é o perfil dos consumidores. O maior volume de pedidos, pouco mais de 3,9 milhões, vieram de pessoas que têm 36 e 50 anos — elas foram responsáveis por 34,7% do total. As pessoas acima de 51 anos fizeram 1,7 milhão de pedidos, uma alta de 12,4%. em relação à Black Friday anterior. Esse movimento indica um aumento de confiança no e-commerce. Com a pandemia, as gerações de faixa etárias mais elevadas passaram a consumir mais pela via online. Estão mais adaptadas a esse jeito de comprar

7. Black Friday, Black Week, Black November

E qual o melhor momento para comprar? Muitos consumidores fazem essa pergunta quando a data vai chegando (e eu me incluo entre eles)... Isso acontece porque o varejo vem “adiantando” a BF, começando a oferecer descontos já no começo de novembro. O que antes era um dia de ofertas, acaba dando espaço a semanas e até a um mês de promoções. Neste ano, porém, menos consumidores anteciparam as compras. E o sábado, logo após a BF, apareceu como um dia mais vendedor que a quinta — seja em pedidos e em faturamento. Essa espiada constante nos números é indispensável para calibrar as ofertas e fisgar o consumidor. E é importante alertar que a BF ainda não acabou.

Explico: a corrida às compras pode ter terminado, mas é no pós-venda que o lojista ganha o cliente. É obrigatório o cuidado não só na entrega, mas também no momento de eventuais pedidos de trocas ou devoluções. Esse carinho no trato com o cliente pode ser decisivo para quem está de olho no Natal.

*Andrea fernandes é CEO do T.Group

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