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5 tendências do mercado global de tech para 2023

As organizações ESG têm investido forte nos setores de inclusão e diversidade em suas companhias

O ESG vem ganhando espaço nas empresas de tecnologia (Galeanu Mihai/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 11h55.

Última atualização em 25 de janeiro de 2023 às 12h10.

O ESG (Environmental, Social and Governance) vem ganhando força entre empresas dos mais diversos portes e segmentos nos últimos anos, e não poderia ser diferente na área de tecnologia. As organizações do setor estão cada vez mais engajadas com inclusão e diversidade, e devem consolidar ainda mais suas iniciativas ligadas à sigla ao longo deste ano.

Essa tendência é notada não apenas nas empresas de tech – sejam startups ou multinacionais –, como também no governo e na sociedade como um todo. Pensando nisso, a DIO lançou, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o 3º relatório de impacto social, que foi apresentado para líderes de todo o mundo. O estudo visa inspirar líderes, recrutadores e profissionais de tecnologia a ampliar o impacto positivo na sociedade, por meio da apresentação dos principais números de impacto da startup referentes ao ano anterior e do compartilhamento das lições aprendidas e casos de sucesso em ESG com grandes multinacionais de tecnologia.

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O lançamento acontece no momento em que a DIO acaba de ultrapassar – em menos de 3 anos de existência – uma importante marca como  startup de educação e recrutamento, posicionando-se cada vez mais como startup de impacto social. Foram 2 milhões de bolsas de estudo distribuídas gratuitamente para talentos em mais de 50 países. Em 2022, em conjunto com 73 empresas inovadoras que distribuíram mais de 1,9 milhão de bolsas de estudos em 57 bootcamps, em que as melhores 25.484 pessoas certificadas foram conectadas com processos seletivos.

Confira as 5 tendências do mercado global de tecnologia para 2023:

Consolidação de iniciativas de ESG na sociedade, governos e empresas

Ao longo dos últimos anos, o ESG se tornou cada vez mais prioridade para os diversos agentes do mercado, com iniciativas lideradas por governos, entidades civis e organizações com fins lucrativos. De acordo com o último relatório da ONU para a Agenda 2030, apesar do arrefecimento da pandemia de COVID-19, suas consequências ainda estão presentes no mundo inteiro: milhões de pessoas passaram a viver em situação de extrema pobreza e a insegurança alimentar aumentou a níveis alarmantes;

Mulheres são as que mais sofrem com as consequências da pandemia para o mercado, com perda de empregos, aumento da carga de trabalho não remunerado e maior índice de casos de violência doméstica

Mesmo com as incertezas econômicas e uma possível recessão, as iniciativas de ESG são cada vez mais necessárias, e a tendência é que se consolidem em 2023, com maior esforço por parte das empresas e também dos governos e sociedade em geral.

Maior engajamento das empresas com inclusão e diversidade

De acordo com levantamento da International Labour Organization (ILO), de 2022, mulheres ainda ganham 20% menos no mercado de trabalho. Além disso, levantamento do Bureau of Labor Statistics, dos EUA, indica que pessoas pretas e pardas possuem salários 20,83% menores. Para mulheres pretas ou pardas, o cenário ainda é pior: elas recebem 23,82% a menos do que homens brancos.

De acordo com a Workforce Disclosure Initiative, a desigualdade salarial acarreta consequências como prejuízos financeiros, menor produtividade, menor capacidade de atrair e reter talentos, risco de marca e reputação no mercado.

Com isso, existe uma tendência de mercado de grandes empresas apoiarem programas de inclusão e diversidade para compor o seu quadro de talentos, com metas de inclusão de grupos sub representados e composição de quadros de alta hierarquia mais diversos.

Desafio crescente para reter talentos

Em uma pesquisa global realizada pelo Statista com lideranças de diversos setores, 42% dos executivos entrevistados indicaram a atração de talentos como o maior desafio no recrutamento em tecnologia. De acordo com a pesquisa realizada pelo Gartner, apenas 29% dos talentos do setor de tecnologia possuem intenção de permanecer em suas vagas, sendo um cenário ainda pior para jovens talentos de 19 a 29 anos, em que apenas 16% possuem a intenção de permanecer em seu trabalho atual.

A dificuldade em atrair e reter talentos prejudica diretamente o clima organizacional de uma companhia e impacta a sua performance financeira, uma alta rotatividade dificulta a construção de equipes sólidas e competentes, além de aumentar os custos de saída e reposição de vagas.

Com isso, grandes empresas começaram a investir em iniciativas de employer branding, ações que visam gerar uma percepção positiva da companhia como um local de trabalho e valorização do bem-estar de seus colaboradores.  Essa tendência deve se intensificar ainda mais em 2023.

Profissionais cada vez mais globais no cenário interconectado do pós-pandemia

O processo de retomada dos mercados globais após a transformação digital acelerada pela pandemia de COVID-19 aumentou a demanda por profissionais que tenham conhecimento e experiências na área de tecnologia. Além disso, há a escassez desses profissionais ao redor do mundo, e a expectativa é que 2030 haverá um déficit de 85 milhões de talentos, de acordo com a consultoria Korn Ferry.

Dessa forma, a busca por profissionais ultrapassa fronteiras e faz com que empresas de diferentes países disputem os principais talentos, tornando a competição cada vez mais acirrada e fazendo com que profissionais de países emergentes sejam conquistados com propostas do exterior e salários em moedas estrangeiras.

Evolução de aplicações cotidianas de tecnologias exponenciais

Cada vez mais tecnologias exponenciais se tornam presentes no cotidiano da sociedade, novas aplicações e a rápida disseminação dessas novidades são fatores extremamente relevantes para o mercado.

Valendo destaque para três tecnologias:

Blockchain: até 2025, o valor comercial agregado pelo Blockchain crescerá mais de US$ 176 bilhões, deixando de ser uma tecnologia com aplicações somente para o setor financeiro para ser implementada em diversos setores.

Internet of Things: estima-se que, em 2025, aproximadamente 43 bilhões de dispositivos conectados à internet serão utilizados, tornando os smart devices cada vez mais presentes na rotina profissional e pessoal, sendo interconectados com diversas plataformas e sistemas operacionais distintos.

Artificial Inteligence: em 2023, 40% dos times de infraestrutura e de operações começarão a utilizar automações com AI para aumento de produtividade. Apesar da crescente presença dessas tecnologias na sociedade, a formação de profissionais com conhecimento e expertise nessas áreas ainda é incipiente, principalmente pelo fato de formações acadêmicas tradicionais não acompanharem a mesma velocidade da evolução de tecnologias exponenciais, aprofundando mais ainda a necessidade de iniciativas educacionais que preparem novos talentos para lidar com essas inovações.

*Iglá Generoso é CEO e fundador da DIO.me

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