
Sustentabilidade nos negócios: biodiversidade do Brasil, com suas amplas áreas de floresta, mais a geografia naturalmente propícia para energia renovável, como a hídrica, a solar, a eólica e a biomassa, mostram vocação nata do país para investimentos ESG (Roman Synkevych/Divulgação)
1. Quais foram as principais iniciativas de ESG do BTG em 2020?
Esse foi um ano importante para a área de ESG & Impact Investing, pois lançamos nossa divisão de “Sustainable and Impact Investing” em janeiro, com o principal objetivo de funcionar como uma área satélite às demais áreas do banco.
O time fomenta operações que geram impacto positivo ao meio ambiente e à sociedade, através de empréstimo e produtos financeiros, entre outras operações. Estruturamos uma operação de seguro de R$ 129 milhões para multiplicar a produção do principal fabricante de ventiladores pulmonares no Brasil em dez vezes, auxiliando no enfrentamento da Covid-19.
Realizamos parceria com a BlackRocks, um pólo de inovação e tecnologia para acelerar empresas brasileiras fundadas por empreendedores negros. Desenvolvemos nosso “Framework” de financiamentos verdes, sociais e sustentáveis e emitimos nosso primeiro título verde. Lançamos a primeira debênture sustentável emitida no Brasil, que financiou um projeto de energia renovável e de educação infantil.
Desenvolvemos ETF com a S&P focado em empresas brasileiras listadas que replica o índice S&P Brazil BMI ESG, a fim de promover melhores práticas de sustentabilidade e governança. Lançamos nossa estratégia de “Landscape Capital” dentro do Timberland Investment Group com foco na mitigação das mudanças climáticas e base na restauração e proteção de florestas.
Compensamos 100% das nossas emissões de carbono (escopos 1, 2 e 3), criamos Comitês de Diversidade, assim como aumentamos a exposição do BTG Pactual em transações Verdes e Sociais. Por fim, aderimos ao “Global Impact Investing Network” (GIIN) e ao UNEP FI – Princípios da Responsabilidade Bancária e Princípios do Equador.
2. Como a pandemia afetou a busca por produtos de impacto e ESG? Qual é a principal dúvida dos investidores?
Durante o ano de 2020 vimos um interesse crescente em relação a produtos ESG e de impacto. O interesse deixou de ser reativo e limitado à segunda geração de clientes e passou a ser proativo, alcançando também a primeira geração.
Há uma curiosidade em entender o que são os investimentos, como os impactos positivos na sociedade e no meio ambiente são mensurados e se os rendimentos são semelhantes aos investimentos tradicionais.
Como a Europa está mais avançada no assunto e ainda tem a principal fatia de investidores ESG e de impacto, muitas vezes usamos este mercado para demonstrar que ativos sustentáveis podem ser tão ou mais rentáveis que os tradicionais.
Os critérios e métricas adotados pelos produtos ainda são variados e, com a nova taxonomia europeia, isso deve mudar.
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3. Como o BTG vê o futuro do investimento sustentável no Brasil?
O Brasil tem um DNA natural para investimentos sustentáveis. Nossa geografia é naturalmente propícia para energia renovável, como a hídrica, a solar, a eólica e a biomassa. Além disso o Brasil tem uma das maiores áreas de floresta do mundo, com uma biodiversidade muito rica.
Ao mesmo tempo, temos problemas sociais profundos que precisam ser enfrentados com urgência e seriedade. A tecnologia pode ser uma ferramenta bastante útil para endereçar em larga escala vários problemas como, a educação e a saúde. O Brasil tem a natureza e a tecnologia como aliadas estratégicas para ser referência nos negócios sustentáveis no mundo.
*Sócio-diretor da Loures Comunicação
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