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Zezé di Camargo diz que não houve ditadura no Brasil

O cantor disse que ditadura é "Venezuela, Cuba, Hungria, Coreia do Norte, China, até o Chile com Pinochet"

Zezé: "Quero ser politizado para exercer meus direitos e deveres como cidadão" (YouTube/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 15h38.

Última atualização em 12 de setembro de 2017 às 15h38.

São Paulo - Em entrevista à jornalista Leda Nagle publicada em seu canal do YouTube na última segunda-feira, 11, Zezé di Camargo falou sobre sua carreira, vida pessoal e sobre política.

O cantor chegou a falar que não houve ditadura no Brasil, o que gerou repercussão nas redes sociais.

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Zezé começa dizendo que se considera "muito politizado", mas que nunca seguiria carreira política por não ter vocação.

"Já tive convite para isso, já conversei com alguns políticos e eles ficaram impressionados com meu conhecimento político do Brasil, mas não tenho vocação para ser. Quero ser politizado para exercer meus direitos e deveres como cidadão, mas não penso isso como profissão", disse.

A jornalista então questionou como o artista vê o atual momento político brasileiro.

"Vou falar um absurdo para você, as pessoas vão me criticar, jornalistas vão falar de mim, achar que sou um maluco. O Brasil lutou muito pela democracia. Eu fico com pena de como nossos políticos usaram aquela liberdade que conquistamos ao sair do militarismo, e muita gente confunde militarismo com ditadura. Todo mundo falava que vivíamos em uma ditadura, mas nós não vivíamos em uma ditadura, vivíamos no militarismo vigiado. Ditadura é Venezuela, Cuba, Hungria, Coreia do Norte, China, até o Chile com Pinochet. O Brasil nunca chegou a ser uma ditadura", falou Zezé.

Mas a jornalista discorda. "Nós tivemos muita gente presa, vários confrontos, tortura", ao que Zezé responde: "Mas não chegou a ser tão violenta, tão sangrenta. Eu não quero jamais isso para o Brasil, mas eu acredito que, hoje, o Brasil precisa passar por uma depuração, até pensar no militarismo para reorganizar as coisas. Aí eles vão entregar de novo, 'pronto, limpamos a corja aqui'. Acho que o Brasil precisava passar por uma depuração dessa", disse.

O artista ainda defendeu que o Ministério da Educação inclua a matéria política no ensino básico do País e comentou que seus filhos estudaram dois anos nos Estados Unidos, onde os alunos têm aula de formação do cidadão. A entrevista foi dividida em duas partes, e o segundo vídeo será publicado nesta terça-feira, dia 12.

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