Brasil

Zelotes abre nova fase contra fraude de R$ 188 milhões

Principal alvo da Zelotes, agora, é o banco Brascan

Iniciada em 2014 e deflagrada em março de 2015, a operação já rendeu 14 ações penais contra 82 pessoas, entre conselheiros, ex-conselheiros, servidores públicos e empresários. (Arquivo/Agência Brasil)

Iniciada em 2014 e deflagrada em março de 2015, a operação já rendeu 14 ações penais contra 82 pessoas, entre conselheiros, ex-conselheiros, servidores públicos e empresários. (Arquivo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 22h51.

Brasília e São Paulo - Em mais uma fase da Operação Zelotes - a 9.ª etapa desde sua deflagração, no início de 2015 - foram cumpridos, nesta quarta-feira, 8, seis mandados judiciais em Santa Catarina e Minas Gerais, além do Distrito Federal. O principal alvo da Zelotes, agora, é o banco Brascan. Autorizadas pelo juiz federal Vallisney Oliveira, a pedido do Ministério Público Federal no DF e da Polícia Federal, as medidas incluem buscas e apreensões que têm como alvo quatro pessoas físicas e duas pessoas jurídicas.

As informações foram divulgadas no site da Procuradoria.

Os requerimentos foram feitos no âmbito de um dos inquéritos da Zelotes que apura, especificamente, "atos ilícitos praticados junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para anulação de débitos de uma instituição financeira na Receita Federal no valor de R$ 188 milhões".

Também foi solicitada a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico dos envolvidos. O pedido enviado à Justiça é baseado em relatório produzido pela Corregedoria do Ministério da Fazenda, que aponta a existência de articulação fraudulenta no julgamento do caso pelo tribunal administrativo.

Desde o início das investigações, os integrantes da força-tarefa desvendaram a existência de um esquema criminoso criado por ex-conselheiros do tribunal administrativo e que se repetiu em vários casos.

Após mapear recursos pendentes de julgamento, o que era feito com o acesso a informações privilegiadas fornecidas por servidores e conselheiros em atividade, os chefes do esquema acionavam os contribuintes a quem ofereciam vantagens na condução dos julgamentos.

No caso apurado no inquérito que gerou as medidas cumpridas nesta quarta-feira, "há indícios de que houve manipulação em, pelo menos, três fases do julgamento relativo a Procedimentos Administrativos Fiscais (PAFs) iniciados pela contribuinte para questionar a dívida tributária".

Nos pedidos enviados à Justiça, os investigadores justificaram a necessidade das medidas cautelares apresentando um relato detalhado das negociações e das contratações realizadas entre os envolvidos ao longo da tramitação dos PAFs.

Alguns suspeitos já respondem a ações penais propostas no âmbito da Operação Zelotes. O material apreendido será compartilhado e analisado pelos integrantes da força-tarefa responsável pelas investigações. Como a investigação é sigilosa, o nome dos envolvidos não pode ser divulgado.

Sobre a Zelotes - Iniciada em 2014 e deflagrada em março de 2015, a operação já rendeu 14 ações penais contra 82 pessoas, entre conselheiros, ex-conselheiros, servidores públicos e empresários. Na esfera civil, já foram apresentadas quatro ações de improbidade contra 11 pessoas. Em um dos processos, atualmente em fase de recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, 10 pessoas foram condenadas. Os demais casos estão em andamento na Polícia Federal ou em fase de análise pelos procuradores da República responsáveis pela investigação.

Nenhum representante do banco Brascan foi localizado.

Acompanhe tudo sobre:Operação Zelotes

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas