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Youssef volta a dizer que Collor ganhou propina da Petrobras

Segundo o doleiro Alberto Youssef, Collor teria recebido R$ 3 milhões de propina em contrato da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, em 2012


	Segundo o doleiro Alberto Youssef, Collor teria recebido R$ 3 milhões de propina em contrato da BR Distribuidora em 2012
 (Pedro França/Agência Senado)

Segundo o doleiro Alberto Youssef, Collor teria recebido R$ 3 milhões de propina em contrato da BR Distribuidora em 2012 (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 14h59.

São Paulo - O doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento a procuradores da Operação Lava Jato que o ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB) recebeu 3 milhões de reais em propina de uma subsidiária da Petrobras em 2012.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o pagamento foi resultado de um negócio da BR Distribuidora com uma rede de combustíveis em São Paulo no valor de 300 milhões de reais. A comissão do suborno teria sido, portanto, de 1% do total.

Em nota, Collor negou que tenha recebido dinheiro da distribuidora e que tenha qualquer relação com o doleiro. 

Youssef afirmou que a operação foi intermediada pelo empresário e consultor do setor de energia Pedro Paulo Leoni Ramos, que teria repassado o suborno a Collor.

O contrato era para acertar a troca de bandeira dos postos da rede de combustíveis para a da BR Distribuidora.

De acordo com o doleiro, o valor foi arrecadado nos postos, em dinheiro vivo, e depois repassado a Leoni. Youssef disse ainda que todos sabiam que o empresário era um emissário de Collor.

O PTB, partido de Collor, tinha dois diretores na BR Distribuidora entre 2009 e 2013: José Zonis, na área de Operações e Logística, e Luiz Claudio Caseira Sanches, na Diretoria de Rede de Postos de Serviço. Zonis, segundo a Folha, teria sido uma indicação direta de Collor.

À Folha, a BR Distribuidora afirmou não ter assinado nenhum contrato de embandeiramento de postos em São Paulo no valor afirmado por Youssef.

As revelações foram feitas por Youssef em novo depoimento prestado neste mês à Procuradoria-Geral da República. No ano passado, o doleiro já havia dito em outro depoimento que mandou entregar 50 mil reais em dinheiro vivo no apartamento de Collor em São Paulo.

O senador nega ter recebido dinheiro e que tenha qualquer relação com Youssef. Em pronunciamento no Senado em maio de 2014, Collor chegou a dizer que estava sendo vítima de campanha difamatória da imprensa, que não aceitava vê-lo inocentado das acusações que levaram a seu impeachment em 1992. 

Veja a nota completa que o senador veiculo nesta terça-feira:

"É com indignação e veemência que rechaço o teor da matéria veiculada na edição de hoje (24/02/15), no jornal Folha de São Paulo, sobre suposto pagamento de valores em meu nome oriundos do esquema criminoso do doleiro Alberto Youssef na Petrobras.

As referidas informações padecem de absoluta falta de veracidade e credibilidade, ainda mais quando recolhidas e vazadas de depoimentos tomados em circunstâncias que beiram a tortura de um notório contraventor da lei, agravados por suas condições físicas e psicológicas. O próprio conteúdo da matéria restringe-se a ilações e generalidades da fala do criminoso, sem apresentar qualquer vinculação de meu envolvimento.

Reafirmo que não conheço Alberto Youssef e jamais mantive com ele qualquer tipo de relação pessoal, política ou empresarial."

(*) Atualizada às 15h para incluir a resposta de Fernando Collor. 

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