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Yoani Sánchez vê "terrorismo' em protestos no Brasil

"Os gritos, os insultos, foi como se tivessem sido orquestrados por terroristas", manifestou hoje em entrevista coletiva na cidade do sertão baiano

A blogueira Yoani Sánchez: segundo Sánchez, quando voltar a Cuba, após sua longa viagem, ele gostaria de fundar um meio de comunicação independente para ver até onde é possível chegar. (REUTERS/Helia Scheppa)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 14h07.

Rio de Janeiro - A dissidente cubana Yoani Sánchez considerou nesta terça-feira uma estratégia "terrorista" a ação dos militantes comunistas que ontem à noite impediram a projeção do documentário "Conexão Cuba-Honduras", em um evento no qual ela estava presente, em Feira de Santana (BA).

"Os gritos, os insultos, foi como se tivessem sido orquestrados por terroristas. Eu sou uma pessoa pacífica, e trabalho com o verbo, com a fala, não tinha porquê tanta agressividade", manifestou hoje a autora do blog "Generacion Y" em entrevista coletiva na cidade do sertão baiano.

A apresentação do documentário, assinado pelo cineasta Dado Galvão, e no qual Yoani é uma das entrevistadas, foi suspensa ontem à noite depois que cerca de 50 simpatizantes do regime cubano entraram no salão do Museu Parque do Saber, onde acontecia o evento, para repreender a blogueira com gritos de "Viva a revolução!" e "Cuba sim, ianques não".

O senador Eduardo Suplicy (PT), que participava do ato, tentou em vão ser mediador entre os manifestantes e a blogueira, que só conseguiu tomar a palavra por alguns minutos em um improvisado debate sobre o regime cubano.

"O que pude ver e questionar no debate foi que eles (os manifestantes) não leem o que eu escrevo no meu blog", acrescentou Sánchez na entrevista coletiva à qual compareceu escoltada por policiais.

Os protestos durante a apresentação do documentário foram os mais fortes que Yoani presenciou até agora no Brasil, já que a jornalista também foi recebida ontem com manifestações contra nos aeroportos das cidades de Recife e Salvador.


A blogueira, uma das vozes mais críticas da ilha, iniciou ontem no Brasil uma viagem de 80 dias por dez países da América e da Europa que foi possível pela reforma migratória vigente desde 14 de janeiro em Cuba e após ter recebido negativas durante os últimos cinco anos do governo cubano para sair do país.

Ao se referir às acusações de seus opositores de que é financiada pelos Estados Unidos, a cubana indagou "Se isto fosse verdade, me digam por que eu continuaria até hoje caminhando pelas ruas de Havana?".

"Este argumento eu conheço desde pequena, e é dado a todos que são contra o regime do meu país", acrescentou.

Yoani criticou o embargo econômico dos Estados Unidos à ilha pelas dificuldades de abastecimento que causa a seus compatriotas e porque o governo de Cuba usa esse bloqueio como desculpa para justificar suas deficiências.

A blogueira afirmou que incomoda o governo cubano que ela tenha "autonomia econômica" pela publicação de livros e colunas de imprensa enquanto o restante dos cidadãos precisa viver dependente do Estado.


A dissidente, que mostrou uma carteira oficial que a autoriza a trabalhar por conta própria, disse que as autoridades de seu país usam sempre "métodos muito sujos" para desprestigiar os opositores.

Segundo Sánchez, quando voltar a Cuba, após sua longa viagem, ele gostaria de fundar um meio de comunicação independente para ver até onde é possível chegar, porque tem muita vontade de que seu país mude.

A blogueira continuará hoje com suas atividades em Feira de Santana e amanhã fará turismo em Salvador, de onde depois partirá para São Paulo para participar, na quinta-feira, de uma conferência organizada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

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Rio de Janeiro - A dissidente cubana Yoani Sánchez considerou nesta terça-feira uma estratégia "terrorista" a ação dos militantes comunistas que ontem à noite impediram a projeção do documentário "Conexão Cuba-Honduras", em um evento no qual ela estava presente, em Feira de Santana (BA).

"Os gritos, os insultos, foi como se tivessem sido orquestrados por terroristas. Eu sou uma pessoa pacífica, e trabalho com o verbo, com a fala, não tinha porquê tanta agressividade", manifestou hoje a autora do blog "Generacion Y" em entrevista coletiva na cidade do sertão baiano.

A apresentação do documentário, assinado pelo cineasta Dado Galvão, e no qual Yoani é uma das entrevistadas, foi suspensa ontem à noite depois que cerca de 50 simpatizantes do regime cubano entraram no salão do Museu Parque do Saber, onde acontecia o evento, para repreender a blogueira com gritos de "Viva a revolução!" e "Cuba sim, ianques não".

O senador Eduardo Suplicy (PT), que participava do ato, tentou em vão ser mediador entre os manifestantes e a blogueira, que só conseguiu tomar a palavra por alguns minutos em um improvisado debate sobre o regime cubano.

"O que pude ver e questionar no debate foi que eles (os manifestantes) não leem o que eu escrevo no meu blog", acrescentou Sánchez na entrevista coletiva à qual compareceu escoltada por policiais.

Os protestos durante a apresentação do documentário foram os mais fortes que Yoani presenciou até agora no Brasil, já que a jornalista também foi recebida ontem com manifestações contra nos aeroportos das cidades de Recife e Salvador.


A blogueira, uma das vozes mais críticas da ilha, iniciou ontem no Brasil uma viagem de 80 dias por dez países da América e da Europa que foi possível pela reforma migratória vigente desde 14 de janeiro em Cuba e após ter recebido negativas durante os últimos cinco anos do governo cubano para sair do país.

Ao se referir às acusações de seus opositores de que é financiada pelos Estados Unidos, a cubana indagou "Se isto fosse verdade, me digam por que eu continuaria até hoje caminhando pelas ruas de Havana?".

"Este argumento eu conheço desde pequena, e é dado a todos que são contra o regime do meu país", acrescentou.

Yoani criticou o embargo econômico dos Estados Unidos à ilha pelas dificuldades de abastecimento que causa a seus compatriotas e porque o governo de Cuba usa esse bloqueio como desculpa para justificar suas deficiências.

A blogueira afirmou que incomoda o governo cubano que ela tenha "autonomia econômica" pela publicação de livros e colunas de imprensa enquanto o restante dos cidadãos precisa viver dependente do Estado.


A dissidente, que mostrou uma carteira oficial que a autoriza a trabalhar por conta própria, disse que as autoridades de seu país usam sempre "métodos muito sujos" para desprestigiar os opositores.

Segundo Sánchez, quando voltar a Cuba, após sua longa viagem, ele gostaria de fundar um meio de comunicação independente para ver até onde é possível chegar, porque tem muita vontade de que seu país mude.

A blogueira continuará hoje com suas atividades em Feira de Santana e amanhã fará turismo em Salvador, de onde depois partirá para São Paulo para participar, na quinta-feira, de uma conferência organizada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

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