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Weintraub prestigia e doa frutas para manifestantes em Brasília

Ministro da Educação se reuniu com manifestantes que furaram o bloqueio na Esplanada dos Ministérios

Abraham Weintraub: ministro diz que há um movimento para calar a "liberdade de expressão" dos bolsonaristas (Marcelo Camargo/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2020 às 15h27.

Última atualização em 14 de junho de 2020 às 15h28.

Após se reunir com cerca de 15 manifestantes bolsonaristas que furaram o bloqueio na Esplanada dos Ministérios neste domingo (14), o ministro da Educação , Abraham Weintraub , retornou para fornecer frutas para que o grupo se alimentasse. Embora a maior manifestação pró-governo tenha migrado para o Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano de Brasília, um grupo pequeno permanece em um espaço em frente ao Ministério da Agricultura.

"Querem tirar a nossa liberdade, não podemos nos locomover, não podemos mais educar a nossa família como queremos educar, não podemos falar o que a gente pensa e não podemos nem mais trabalhar. Tiraram todos os direitos do Brasil e isso não foi de uma hora para outra. Isso foi gradualmente acontecendo", disse o ministro aos manifestantes.

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Weintraub voltou a dizer que há um movimento para calar a "liberdade de expressão" dos manifestantes bolsonaristas. "A liberdade de expressão é a primeira coisa que temos que defender. Se eles nos calarem, eles vão escravizar todo mundo nesse País", completou.

O ministro da Educação voltou a criticar os cursos universitários de áreas Humanas. "Eu, como brasileiro, quero ter mais médicos, mais enfermeiros, mais engenheiros, mais dentistas. Eu não quero mais sociólogos, antropólogos", acrescentou.

Neste sábado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) decretou o fechamento da Esplanada dos Ministérios durante todo o domingo. No texto, Ibaneis cita "ameaças declaradas por alguns dos manifestantes" e destaca necessidade de "contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública". A medida proíbe trânsito de veículos e determina acesso aos prédios apenas por autoridades, da 0h até as 23h59 de domingo.

No dia 4 de junho, Weintraub entregou um depoimento por escrito à Polícia Federal (PF), em cumprimento à determinação de Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relator de um inquérito aberto para apurar suspeita de racismo. A investigação foi aberta em abril, após o ministro postar mensagem no Twitter em que trocava as letras "r" por "l", ridicularizando o sotaque de alguns chineses ao falar português. Na postagem, o titular da Educação insinuava que a China vai sair "fortalecida" da crise causada pelo coronavírus.

Em outro depoimento à PF em 29 de maio, referente ao inquérito que apura notícias falsas e ameaças a ministros da Suprema Corte Weintraub ficou calado. Em reunião ministerial do dia 22 de abril, o ministro da Educação defendeu a prisão de ministros do STF. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF", afirmou, na ocasião.

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