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Votos de Mabel podem indicar clima na base aliada do governo

Mabel tem candidatura construída sobre insatisfações pessoais de deputados com o Executivo.

Câmara dos Deputados: desconforto na nova divisão de poderes (José Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 21h06.

Brasília - Se a vitória do candidato do governo à presidência da Câmara, Marco Maia (PT-RS), é dada como certa, lideranças e deputados experientes avaliam que dependendo do número de votos que Sandro Mabel (PR-GO), seu principal adversário, tiver, o governo precisa ficar atento.

Mabel construiu sua candidatura em pouco mais de uma semana e mirou as insatisfações pessoais de deputados com o Executivo.

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Nesse grupo há parlamentares irritados porque não tiveram todas as suas emendas liberadas, aqueles que estão descontentes porque não viram uma indicação política atendida e outros que podem escolher o goiano pela proximidade pessoal. Essa conta é impossível de ser feita com precisão.

Além disso, a votação é secreta e mesmo os deputados que nunca manifestaram algum desconforto dentro dos partidos podem usar seu voto para mandar um recado ao Executivo.

"Se ele (Mabel) tiver mais de 150 votos é sinal de que alguma coisa está errada", resumiu o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O petista acredita que a candidatura do goiano é uma empreitada de "um cavaleiro solitário", mas que inspira cuidados. Chinaglia lembra que nem quando João Paulo Cunha (PT-SP) não teve adversários para chegar à presidência da Câmara conseguiu a unanimidade. "Teve mais de 50 deputados que não votaram nele, mesmo sem adversário", lembrou.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não acredita que a votação para a presidência da Câmara seja usada por parlamentares insatisfeitos para passar um recado ao governo. Mas, alertou que isso não quer dizer que não há insatisfação e que ela não se manifeste mais à frente.

"Aqui (no Congresso) é que nem escola de samba, todo dia tem ensaio. Ou seja, todo dia tem votação. Então, a insatisfação não precisa aparecer nessa votação", disse. Dentro do PMDB, há incomodo com a divisão das nomeações do segundo escalão. Cunha, por exemplo, vem travando intensa disputa com o PT nos bastidores para manter suas indicações em Furnas

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