Volume útil do Cantareira pode zerar já na copa
Nível acumulado nos cinco reservatórios que compõem o sistema voltou a cair, atingindo apenas 13,8% da capacidade
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2014 às 09h15.
São Paulo - Cálculos feitos pela própria Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) projetam um cenário ainda mais pessimista para o fim do "volume útil" do Sistema Cantareira. A empresa estima que, no pior panorama, a água represada acima do nível das comportas do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas se esgote em 21 de junho, 9 dias após o início da Copa do Mundo .
Há duas semanas, o Estado revelou que o comitê anticrise que monitora o Cantareira havia antecipado de agosto para julho a previsão de esgotamento do "volume útil", que corresponde a 981,5 bilhões de litros. Ontem (28), o nível acumulado nos cinco reservatórios que compõem o sistema voltou a cair, atingindo apenas 13,8% da capacidade, segundo a Sabesp. Esta é a primeira vez na história que o índice fica abaixo dos 14%.
De acordo com a Sabesp, "a previsão é feita tomando como base o cenário mais crítico das vazões mínimas registradas nos afluentes do Sistema Cantareira na série histórica de 1930 até hoje". A estiagem neste último verão foi bem mais severa do que a de 1953, que era considerada a pior da história até então.
O novo cenário pressiona ainda mais a Sabesp a concluir a instalação dos equipamentos para captar a água do chamado "volume morto" do Cantareira, cerca de 400 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios, abaixo do nível das comportas. Trata-se de uma reserva estratégica nunca utilizada e, por isso, a qualidade da água é questionada por alguns especialistas. Segundo a Sabesp, ela é perfeitamente tratável.
A companhia informou que estará apta a fazer a captação profunda entre maio e junho e, por isso, descarta racionamento de água generalizado no Estado. As obras começaram há duas semanas e estão orçadas em cerca de R$ 80 milhões. Ao todo, 17 conjuntos de bombas serão instalados nas represas Jaguari e Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista, para bombear 2 mil litros por segundo até 12 metros de altura, para atingir as comportas.
Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o sistema vai captar até 196 bilhões de litros do "volume morto". Para a Sabesp, a quantidade é suficiente para abastecer as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas por cerca de quatro meses. Ou seja, até o fim de outubro, início da próxima temporada de chuvas.
Crise
Ontem (28), as represas Jaguari e Jacareí, consideradas o coração do Cantareira porque armazenam 82% da água do manancial, estavam com apenas 6,6% da capacidade, a mais baixa já registrada. Há um ano, o volume armazenado em todo o manancial correspondia a 61,9% da capacidade.
Já o Sistema Alto Tietê, que desde dezembro passou a abastecer parte dos imóveis da capital paulista que recebiam água do Cantareira, também caiu e atingiu o nível mais baixo nos últimos dez anos para o mês de março: 37,6% da capacidade.
Segundo a Sabesp, atualmente 2 milhões de imóveis paulistanos recebem água revertida dos sistemas Alto Tietê e da Guarapiranga, cujo nível está em 76,7%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
São Paulo - Cálculos feitos pela própria Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) projetam um cenário ainda mais pessimista para o fim do "volume útil" do Sistema Cantareira. A empresa estima que, no pior panorama, a água represada acima do nível das comportas do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas se esgote em 21 de junho, 9 dias após o início da Copa do Mundo .
Há duas semanas, o Estado revelou que o comitê anticrise que monitora o Cantareira havia antecipado de agosto para julho a previsão de esgotamento do "volume útil", que corresponde a 981,5 bilhões de litros. Ontem (28), o nível acumulado nos cinco reservatórios que compõem o sistema voltou a cair, atingindo apenas 13,8% da capacidade, segundo a Sabesp. Esta é a primeira vez na história que o índice fica abaixo dos 14%.
De acordo com a Sabesp, "a previsão é feita tomando como base o cenário mais crítico das vazões mínimas registradas nos afluentes do Sistema Cantareira na série histórica de 1930 até hoje". A estiagem neste último verão foi bem mais severa do que a de 1953, que era considerada a pior da história até então.
O novo cenário pressiona ainda mais a Sabesp a concluir a instalação dos equipamentos para captar a água do chamado "volume morto" do Cantareira, cerca de 400 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios, abaixo do nível das comportas. Trata-se de uma reserva estratégica nunca utilizada e, por isso, a qualidade da água é questionada por alguns especialistas. Segundo a Sabesp, ela é perfeitamente tratável.
A companhia informou que estará apta a fazer a captação profunda entre maio e junho e, por isso, descarta racionamento de água generalizado no Estado. As obras começaram há duas semanas e estão orçadas em cerca de R$ 80 milhões. Ao todo, 17 conjuntos de bombas serão instalados nas represas Jaguari e Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista, para bombear 2 mil litros por segundo até 12 metros de altura, para atingir as comportas.
Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o sistema vai captar até 196 bilhões de litros do "volume morto". Para a Sabesp, a quantidade é suficiente para abastecer as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas por cerca de quatro meses. Ou seja, até o fim de outubro, início da próxima temporada de chuvas.
Crise
Ontem (28), as represas Jaguari e Jacareí, consideradas o coração do Cantareira porque armazenam 82% da água do manancial, estavam com apenas 6,6% da capacidade, a mais baixa já registrada. Há um ano, o volume armazenado em todo o manancial correspondia a 61,9% da capacidade.
Já o Sistema Alto Tietê, que desde dezembro passou a abastecer parte dos imóveis da capital paulista que recebiam água do Cantareira, também caiu e atingiu o nível mais baixo nos últimos dez anos para o mês de março: 37,6% da capacidade.
Segundo a Sabesp, atualmente 2 milhões de imóveis paulistanos recebem água revertida dos sistemas Alto Tietê e da Guarapiranga, cujo nível está em 76,7%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.