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Violência ainda preocupa carioca

Apesar da da presença das Forças Armadas no Estado, há preocupação com os casos de violência que continuam a ocorrer

Forças Armadas: começaram a atuar na segurança do Estado na sexta-feira (Sergio Moraes/Reuters)

Forças Armadas: começaram a atuar na segurança do Estado na sexta-feira (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2017 às 11h54.

Rio de Janeiro - No primeiro fim de semana da operação com presença das Forças Armadas no Estado do Rio, cariocas da zona sul da cidade relataram mais sensação de segurança, mas demonstraram preocupação com os casos de violência que continuaram a ocorrer. Na sexta-feira, houve um tiroteio na favela Santa Marta, em Botafogo, na zona sul, e, no sábado, um policial militar reformado foi assassinado em São Gonçalo, na região metropolitana. Em visita de última hora ao Rio, o presidente Michel Temer disse que a criminalidade caiu no fim de semana.

"Fica muito melhor quando a gente anda pelas ruas e vê a polícia ou as Forças Armadas. Até o número de pessoas nas ruas já aumentou. Agora quem tem que ficar com medo são os trombadinhas", afirmou ontem a funcionária pública aposentada Nilceia Bianchi, de 62 anos, moradora de Copacabana, na zona sul, onde houve patrulhamento com militares.

O advogado Wilson Avelino, de 42 anos, elogiou o aumento do patrulhamento, mas lembrou que a violência não acabou, pois a população "continua vendo os crimes pela TV ou sabendo por relatos de amigos".

"Eu moro em Copacabana, mas amigos que moram em Botafogo se assustaram com o tiroteio no (morro) Dona Marta", disse Avelino.

A Operação O Rio Quer Segurança e Paz começou na sexta-feira, mobilizando 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio. Desde então, militares fizeram patrulhamento a pé e blitze nas principais vias de acesso da capital na região metropolitana, na orla da zona sul, no Aterro do Flamengo (que liga a zona sul à região central) e no Centro.

No sábado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que já está sendo preparada a segunda etapa da operação, com ações de inteligência contra o crime organizado, principalmente o tráfico de drogas e armas, e menos presença nas ruas. "Nossa lógica não é da ostensividade, mas de golpear o crime organizado", disse Jungmann na ocasião.

Visita

Neste domingo, 30, em rápida declaração à imprensa após reunião de avaliação com autoridades estaduais, federais e militares, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) comemorou os primeiros resultados. "Acabei de receber um relato muito pormenorizado do que está sendo feito. E a primeira conclusão que se tem é que já diminuiu nesses dois ou três dias enormemente os índices de criminalidade, especialmente o roubo de cargas", disse Temer que, depois, fez um sobrevoo de helicóptero sobre os pontos com atuação militar.

Procurada, a Secretaria de Estado de Segurança informou que ainda não há dados oficiais sobre a criminalidade no fim de semana. Segundo a assessoria de imprensa do Comando Militar do Leste (CML), Temer foi informado de que a percepção era de queda na criminalidade no fim de semana e de que a Polícia Rodoviária Federal registrou apenas uma tentativa, malsucedida, de roubo de carga.

No sábado, 29, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, disse que um levantamento parcial até a última quinta-feira, antes da operação militar, já apontava para uma tendência de redução de indicadores mais violentos em julho.

 

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