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Viaduto que caiu em BH tinha só 10% do aço necessário

Um erro no projeto executivo fez com que a estrutura tivesse só um décimo do aço necessário para suportar e distribuir o peso sobre as etacas

Equipes de resgate trabalham para retirar um carro debaixo do viaduto que desabou em Belo Horizonte (Carlos Greco-DYN/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 15h18.

Belo Horizonte - A empresa Cowan, responsável pela construção do Viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte , afirmou ontem que o desabamento da obra aconteceu por causa de um erro no projeto executivo, que fez com que a estrutura tivesse só um décimo do aço necessário para suportar e distribuir o peso da estrutura sobre as estacas.

Segundo o calculista da empresa Enescil Engenharia, Catão Francisco Ribeiro, contratado pela Cowan para fornecer um parecer sobre o acidente, o problema foi em um bloco que sustentava um dos pilares.

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O bloco, que fica cerca de um metro sob o terreno, estava apoiado em dez estacas armadas a 20 metros de profundidade.

O pilar sobrecarregava somente as duas estacas centrais. Cada uma delas tinha capacidade para suportar até 500 toneladas. Porém, as duas centrais passaram a sustentar 3 mil toneladas.

Com isso, o bloco afundou na parte central e como não tinha base suficiente, se rompeu e afundou. "Foi um milagre a obra não ter caído antes", afirmou Ribeiro.

O projeto executivo foi feito pela Consol Engenheiros Construtores e aprovado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap-BH).

O órgão municipal afirmou que não se pronunciaria. Já representantes da Consol não foram localizados até a noite de ontem.

Segundo Ribeiro, a alça que ainda está de pé poderá cair a qualquer momento, uma vez que tem o mesmo erro. Diante disso, foi entregue ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e ao secretário municipal de Obras e Infraestrutura, José Lauro Nogueira Terror, uma carta recomendando que a outra alça seja demolida com urgência.

O tráfego de veículos e de pedestres também não será liberado até que o processo de demolição seja concluído.

A Cowan também informou que vai avaliar os demais dez viadutos que foram construídos por ela para verificar se há erros nos projetos. Apesar disso, o trânsito nesses locais não será interrompido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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