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Vereador pede demissão de assessora por ateísmo

Assessora Renata Helena Ghiggi teve seu emprego ameaçado por ser ateia e manifestar sua descrença entre conhecidos e na internet


	Vereadores de Antônio Prado (RS): Alex Dotti (PMDB) solicitou a exoneração da servidora alegando que ela "faz questão de colocar nas redes sociais e falar aos quatro ventos que Deus não existe"
 (Divulgação/Câmara de Antônio Prado)

Vereadores de Antônio Prado (RS): Alex Dotti (PMDB) solicitou a exoneração da servidora alegando que ela "faz questão de colocar nas redes sociais e falar aos quatro ventos que Deus não existe" (Divulgação/Câmara de Antônio Prado)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 18h47.

Porto alegre - Assessora de imprensa da Câmara de Vereadores de Antônio Prado (RS), a relações públicas Renata Helena Ghiggi teve seu emprego ameaçado por ser ateia e manifestar sua descrença entre conhecidos e na internet.

Na sessão de 4 de fevereiro, o vereador Alex Dotti (PMDB) solicitou a exoneração e substituição da servidora alegando que ela "faz questão de colocar nas redes sociais e falar aos quatro ventos que Deus não existe". Prosseguindo nas justificativas, sustentou que "Antônio Prado é uma cidade de fé" e que "quem não acredita em Deus, pode não acreditar, mas não deve divulgar representando uma entidade como a Câmara".

O presidente da casa, Valdicir Viali (PTB), manteve Renata no cargo, mas a polêmica continua nas redes sociais, com manifestações favoráveis e contrárias à funcionária. A assessora, que durante o ano passado havia retirado um crucifixo do plenário e visto a peça ser recolocada pelos vereadores, diz que, por ser laico, o Estado não pode ostentar símbolos religiosos em suas instituições.

"Eu sou ateia, não escondo isso de ninguém e gosto de questionar", ressalta Renata, afirmando que, assim como os crentes postam mensagens falando de Deus, também tem o direito de expressar suas convicções. "Eu nunca agredi quem pensa diferente de mim e não estou obrigando ninguém a ser ateu, mas entendo que a Câmara deve ser laica e não representar uma das religiões", afirma.

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