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Como foram os protestos #30M pela educação em São Paulo e Rio de Janeiro

Manifestação em SP começou no Largo da Batata e segue para Paulista; levantamento estima que ao menos 104 cidades de 21 estados e do DF tiveram atos

Contra os cortes na educação: as manifestações aconteceram em 104 cidades (Pilar Olivares/Reuters)

Contra os cortes na educação: as manifestações aconteceram em 104 cidades (Pilar Olivares/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de maio de 2019 às 19h13.

Última atualização em 31 de maio de 2019 às 06h11.

São Paulo - Novas manifestações contra o bloqueio de verbas no Ministério da Educação e a política do governo Bolsonaro na área tomaram as ruas brasileiras nesta quinta-feira (30).

É a segunda vez neste mês em que manifestantes se reúnem com este mote. Batizados de #30MpelaEducação, os protestos são uma reedição daqueles ocorridos no último dia 15, quando cerca de 1,5 milhão foram às ruas de cerca de 200 cidades, segundo os organizadores.

As passeatas em São Paulo e Rio de Janeiro tinham claramente menos manifestantes que na anterior, algo que já era previsto pelos organizadores e pela menor movimentação nas redes sociais.

De acordo com o G1, até por volta de 18h30, ao menos 104 cidades de 21 estados e do DF haviam registrado manifestações.

Os atos tem organização da União Nacional dos Estudantes (UNE) mas contam com a participação também de sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais.

Centrais sindicais também já convocaram uma greve geral para o dia 14 de junho contra as políticas de Bolsonaro, especialmente na área econômica, assim como contra a reforma da Previdência.

O MEC lançou nota afirmando que professores e alunos não têm autorização para divulgar os atos em horário escolar e pediu que, caso isso ocorra, sejam denunciados à pasta.

Veja como foram os atos:

São Paulo

Em São Paulo, a concentração foi marcada para 17h no Largo da Batata e seguia no início da noite em direção à Avenida Paulista, que abrigou os atos do dia 15 e a favor do governo Bolsonaro no último domingo.

"Bolsonaro queria te dizer, os estudantes estão nas ruas e vão derrubar você", cantavam os manifestantes acompanhados por um carro de som onde lideranças estudantis discursavam.

A principal oradora no carro de som foi a estudante Marianna Dias, presidente da UNE disse que não queria "briga de torcida" e que a manifestação foi "tão vitoriosa" quanto a do dia 15.

Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a inscrição "Lula Livre", mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos. Também não houve participação formal dos partidos de oposição e o mote "Fora, Bolsonaro" foi evitado.

Uma das poucas parlamentares presentes, a deputada estadual Maria Isabel Noronha (PT), presidente licenciada do Sindicato dos Professores da Rede Estadual (Apeoesp), fez um discurso no qual destacou o protagonismo dos estudantes.

"O presidente não entende o valor da Educação. Por isso, tantos cortes e ataques a nós, estudantes e professores. Nós vamos mostrar a eles a importância que temos porque vamos ser a maior crise que ele vai enfrentar", disse a parlamentar.

Além dela, estavam no carro de som o ex-presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, e o vereador Cláudio Fonseca (Cidadania) até as 18h30.

Rio de Janeiro

Os manifestantes que protestam contra o governo Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro nesta quinta-feira começaram às 18h30 a seguir das imediações da igreja da Candelária rumo à Cinelândia, caminhando pela avenida Rio Branco.

Principalmente estudantes, professores e sindicalistas, eles gritavam palavras de ordem contra o bloqueio de verbas e o presidente, mas também criticavam a proposta de reforma da Previdência.

Poucos políticos participam do ato - um deles foi o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). A Polícia Militar acompanha os manifestantes, mas até as 18h30 o clima era pacífico.

(Por Pedro Venceslau, Isabela Palhares e Fábio Grellet)

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