Set/2018: "Vamos fuzilar a petralhada", diz Bolsonaro em campanha no Acre
Enquanto discursava em um carro de som, o candidato do PSL imitou um fuzilamento e disse querer "botar estes picaretas pra comer capim na Venezuela"
Janaína Ribeiro
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 15h20.
Última atualização em 10 de julho de 2022 às 13h39.
*Publicado em setembro de 2018.
Em campanha eleitoral na cidade de Rio Branco, no Acre , o candidato do PSL, Jair Bolsonaro , voltou a fazer gesto de arma mas, nesta vez, com um tripé de câmera imitando um fuzilamento enquanto discursava em cima de um carro de som.
“Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre, hein? Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem de ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela, hein, galera. Vão ter de comer é capim mesmo”, disse enquanto levantava o tripé imitando estar atirando.
Após o discurso, Bolsonaro foi ovacionado pelo público presente. Um vídeo (veja ao final da reportagem) mostrando a cena foi compartilhado por internautas. A assessoria do candidato afirmou ao Jornal Extra que o vídeo é verídico e que o ato “foi uma brincadeira como sempre”.
Representação criminal
A coligação “O povo feliz de novo” (PT, PCdoB e Pros) entrou com uma representação criminal por ameaça junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal. A coligação também ingressou com notícia crime pelos crimes de injúria eleitoral e incitação ao crime.
O documento apresentado pelo escritório Aragão e Ferraro Advogados expressa que o crime se dá também por divergência política: “Ademais, já no âmbito dos crimes previstos na Parte Especial do Código Penal, também importa ressaltar que a atitude do noticiado configura ato tipificado como crime no momento em que se utiliza de gestos e palavras para, explicitamente, demonstrar o seu desejo de fuzilar um determinado segmento social, qual seja os 'petralhas'".
A coligação pediu a instauração de investigação visando a denúncia e condenação de Bolsonaro por injúria eleitoral e também a apuração de responsabilidade da Coligação Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos (PSL e PRTB) sobre o ocorrido.