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Vai ter greve de ônibus em SP? Sindicato diz que não e motoristas suspendem paralisação

Segundo o SindMotoristas, a paralisação foi convocada pela extinta comissão eleitoral e pelo cabeça da Chapa 4, Edivaldo Santiago, que se recusam a acatar a decisão da Justiça pela suspensão da eleição da entidade

Ônibus: no dia da eleição, parte dos motoristas fechou terminais de ônibus na cidade (Rovena Rosa/Agência Brasil)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de novembro de 2023 às 18h02.

Última atualização em 1 de dezembro de 2023 às 06h44.

O sindicato dosmotoristas e trabalhadores dos ônibus de São Paulo ( SindMotoristas ) negou nesta quinta-feira, 30, que a categoria prepara uma paralisação para sexta-feira, 1º. A informação sobre uma greve acontece por conta de uma disputa interna pela presidência do sindicato.

Segundo o SindMotoristas, a paralisação foi convocada pela extinta comissão eleitoral e pelo cabeça da Chapa 4, Edivaldo Santiago, que se recusam a acatar a decisão da Justiça pela suspensão da eleição da entidade, em duas sentenças, por identificar irregularidades no processo. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou nova eleição, com urnas eletrônicas.

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"Essa informação é um alarme falso, tudo isso envolve a eleição do sindicato. A chapa perdedora está espalhando essa fake news ", afirmou a assessoria doSindMotoristas em rápida conversa telefônica com a EXAME.

Os representantes da categoria afirmam que não têm responsabilidade por qualquer manifestação que possa ocorrer amanhã e que impeça a circulação de ônibus na cidade. "Se acontecer, serão baderneiros que vão se intitular do sindicato. Eles serão multados pela Justiça caso façam alguma coisa", diz o sindicato.

Em comunicado, o sindicato repudiouo uso ilícito da imagem da organização sindical. "Nossas ações são pautadas pelo respeito ao Estatuto Social do sindicato, aos trabalhadores que, neste caso, estão sendo usados como “massa de manobra“ e à Justiça que está sob pressão covarde desses baderneiros", disse.

Na última terça-feira, 21, durante a votação da eleição do sindicato, sete terminais de ônibus foram bloqueados devido a protestos de parte da categoria. ASPTrans afirmou que registrou um boletim de ocorrência contra quem impediu a saída dos veículos.

Prefeitura entra com ação para impedir paralisação

A prefeitura de São Paulo protocolou no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região um mandado de segurança cível contra o Sindicato dos Motoristas de Ônibus.

Na ação, a prefeitura requer a tutela antecipada para que seja garantida a manutenção integral de funcionamento da frota de ônibus no dia 1º/12/2023, sob pena de multa de R$ 1 milhão por dia de paralisação. A Procuradoria-Geral do Município (PGM) e a SPTrans afirmaram que foram surpreendidas pela notícia que integrantes de chapas que concorrem à eleição do sindicato pretendem paralisar o serviço de transporte público de ônibus.

“Evidente que a paralisação pretendida se faz totalmente ilegal e abusiva, não sendo o meio hábil para discordar de decisão judicial, a qual deve ser combatida com os meios de impugnação postos à disposição pela legislação pátria”, afirma a PGM.

Eleições em disputa

Na última quarta-feira, 22, umadecisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspendeu a eleição do sindicato. A Justiça atendeu parcialmente ao pedido de mandado de segurança solicitado por representante de uma das chapas.

A "CHAPA 4 – RESGATE RAIZ", encabeçada por Edivaldo Santiago, havia se autodeclarado vencedora do pleito com 14.028 votos. Na decisão, o desembargador Marcelo Freire Gonçalves considerou o argumento de risco de fraude e determinou a adoção de urnas eletrônicas — algo que havia sido acordado entre as quatro chapas concorrentes.

Em contato com a EXAME, o sindicato das empresas de transporte coletivo urbano de passageiros de São Paulo (Urbanuss) também afirmou que desconhece a informação de qualquer paralisação. "As empresas estão tão surpresas quanto você. Ninguém da diretoria está sabendo. Não recebemos nenhuma informação. Existe uma briga interna no sindicato e esperamos que isso não prejudique a população", disse a Urbanus.

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