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Vacina da AstraZeneca falta em mais de 95% dos postos de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que a cidade precisa de 200 mil doses para suprir a aplicação da AstraZeneca que estão em atraso

Vacinação contra o Covid-19 em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

Vacinação contra o Covid-19 em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de setembro de 2021 às 15h41.

Última atualização em 10 de setembro de 2021 às 15h41.

Quase todos os postos de saúde da cidade de São Paulo estão sem vacina da AstraZeneca para aplicar como segunda dose nesta sexta-feira, 10. O problema chega a mais de 95% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e outros pontos de aplicação, como parques e drive-thrus. Cerca de 200 mil pessoas estão com a aplicação atrasada, número que chegará na segunda-feira a 340 mil, segundo a Prefeitura.

No caso da Pfizer, a escassez também foi constatada pela manhã. Mais de 85% dos postos chegaram a ficar sem a vacina para aplicação do reforço, mas parte das unidades foi reabastecida no início da tarde.

O levantamento do Estadão levou em consideração dados divulgados pela Prefeitura por meio do site De Olho na Fila, que informa sobre a disponibilidade dos imunizantes para a segunda dose. A escassez também se estende a vacinas para a primeira dose, dado que a gestão municipal não detalha em seu site.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse na manhã desta sexta que a cidade precisa de 200 mil doses para suprir a aplicação da segunda dose da AstraZeneca que estão em atraso. Na segunda-feira, esse número aumentará para 340 mil, com as 140 mil pessoas que estavam previstas para receber o reforço na data.

"É uma questão de falta de fornecimento por parte do Ministério da Saúde e estão resolvendo. Aparentemente, deverá ser feita (a segunda dose para pessoas que receberam AstraZeneca), com Pfizer", declarou.

O problema constatado nesta sexta-feira começou a ser notado nesta quinta-feira, 9, quando o secretário de saúde da cidade, Edson Aparecido, reconheceu que a quantidade de vacinas da AstraZeneca era insuficiente para abastecer todos os postos. Na quinta, a falta de doses afetava metade dos postos, situação que se agravou desde então.

A escassez de doses afeta todas as regiões da capital paulista. Na zona leste, nenhum dos 146 postos têm vacinas da AstraZeneca disponíveis para a segunda dose, mesma situação dos postos do centro (10), zona oeste (33) e norte (92).

O cenário de falta de imunizantes passou a afetar nesta sexta-feira as doses da Pfizer. Em cerca de 400 postos e pontos de aplicação, a vacina não estava sendo ofertada no fim da manhã falta que também foi constatada em todas as zonas da cidade. Além da segunda dose, o imunizante é aplicado em adolescentes a partir de 12 anos. No início da tarde, parte dos postos passaram a informar um abastecimento.

Ao menos três Estados relataram nesta sexta-feira a falta do diluente necessário para a aplicação da Pfizer. Bahia, Pernambuco e Mato Grosso do Sul disseram que o envio do insumo está atrasado por parte do Ministério da Saúde. Sem a diluição, parte das doses fica parada nos estoques.

Prefeitura espera lote na próxima semana

Em nota, a Prefeitura disse ter recebido nesta quinta-feira 255 mil doses da Pfizer e 128,5 mil da Coronavac. "Estas vacinas estão sendo entregues em todas as regiões da cidade e as Unidades estão sendo reabastecidas", informou a gestão municipal.

Sobre a AstraZeneca, a secretaria municipal disse que o Ministério da Saúde sinalizou a entrega de um lote para a capital, prevista para o início da próxima semana. "Recomendamos à população que acompanhe a disponibilidade de segundas doses dos imunizantes por meio da plataforma De Olho na Fila, no seguinte endereço: https://deolhonafila.prefeiturasp.gov.br/."

Quanto à possibilidade de aplicar vacina da Pfizer em que recebeu a primeira dose da AstraZeneca, a Prefeitura disse que a "medida precisa ser orientada pelo Programa Estadual de Imunização (PEI) e publicada em informe técnico para ser seguida pelo município".

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