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Vacina antidengue traz riscos para quem nunca contraiu o vírus

Alerta foi emitido nesta quarta-feira, 29, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Dengue: pesquisa indicou aumento do risco de desenvolvimento da forma grave da doença entre aqueles que nunca contraíram o vírus (Flickr.com/theactionitems/Flickr)

Dengue: pesquisa indicou aumento do risco de desenvolvimento da forma grave da doença entre aqueles que nunca contraíram o vírus (Flickr.com/theactionitems/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 08h09.

Brasília - A única vacina contra dengue disponível no Brasil, produzida pela Sanofi Pasteur, não é mais recomendada para as pessoas que nunca foram infectadas pela doença.

O alerta foi emitido nesta quarta-feira, 29, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que recebeu nesta semana dados preliminares de estudo conduzido pela própria Sanofi.

A pesquisa indicou aumento do risco de desenvolvimento da forma grave da doença entre aqueles que nunca contraíram o vírus.

No comunicado, a Anvisa esclareceu que a vacina em si não desencadeia a dengue nem a forma grave da doença. O risco de casos graves estaria restrito, segundo o trabalho, a quem nunca teve contato com o vírus.

A Anvisa destacou que os dados precisam de confirmação. Mesmo assim, por precaução, a bula da vacina deverá ser atualizada. Já o próprio laboratório admite que a vacina deixará de ser recomendada a quem nunca teve dengue.

"Não é uma contraindicação porque os riscos são baixos, mas deixamos de recomendá-la para quem nunca teve contato com o vírus porque os estudos mostraram que não compensa para esse público", disse Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur.

Ainda é investigado o motivo da reação adversa. Para quem já tomou a vacina, a recomendação é de buscar logo o médico, caso haja sintomas da doença.

Aprovada no País em 2015, a vacina é indicada para a proteção contra os 4 tipos de vírus da dengue e aplicada em três doses.

Na época do lançamento, a informação era a de que proporcionaria eficácia global de 65%. Isso significa que, mesmo após imunização, havia risco de 35% de uma pessoa contrair a doença se exposta ao vírus. O desempenho da vacina, porém, variava conforme o subtipo do vírus.

A vacina está disponível nas clínicas particulares. Ela não é adotada no Programa Nacional de Imunização.

O governo do Paraná, porém, comprou por iniciativa própria cerca de 700 mil doses para áreas de maior risco.

Dos 399 municípios do Estado, 30 receberam a vacina. Mesmo após o alerta da Anvisa, o Estado vai manter a estratégia - 300 mil foram imunizados entre 2016 e 2017.

Os estudos conduzidos pela Sanofi mostram que o aumento de risco se traduz em 5 casos de hospitalização em cada mil pessoas que nunca haviam tido contato com o vírus e foram vacinadas e 2 casos de dengue severa em cada mil vacinados sem contato prévio com o vírus.

A Anvisa diz que, para quem já teve contato com o vírus, "o benefício da vacina permanece favorável". Antes da obtenção do registro, o imunizante havia sido testado em cerca de 40 mil pessoas.

Naquela etapa, não foi achado risco na população em geral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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