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União admite situação de emergência em 67 cidades do Ceará

Estado enfrenta, em 2015, o quarto ano de estiagem, com apenas 6, dos 151 reservatórios, funcionando com 90% de sua capacidade


	Chuva no Ceará fica abaixo da média e governo federal recenhece situação de emergência em 67 cidades
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Chuva no Ceará fica abaixo da média e governo federal recenhece situação de emergência em 67 cidades (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 16h00.

Fortaleza - O governo federal reconheceu hoje (18), em portaria publicada no Diário Oficial da União, a situação de emergência 67 municípios cearenses afetados pela seca.

No dia 29 de abril, o governo do estado decretou emergência nessas cidades. Entre elas, estão Crateús, no Sertão dos Inhamuns, e Quixadá, no Sertão Central. Ambas foram visitadas pela Agência Brasil em fevereiro deste ano. A população tinha dificuldades em conseguir água para consumo e para as atividades produtivas no campo.

O Ceará enfrenta, em 2015, o quarto ano de estiagem. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) a quadra chuvosa – período de chuvas no Nordeste – foi abaixo da média e não conseguiu repor a capacidade hídrica dos reservatórios.

Segundo o Portal Hidrológico do Ceará, dos 151 reservatórios monitorados, apenas seis estão com 90% de sua capacidade. No total, o Ceará conta com apenas 19,7% da capacidade de seus açudes.

De acordo com o gerente de homologação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), sargento Paiva Júnior, o reconhecimento federal permite que as populações dos municípios tenham acesso a programas da União capazes de diminuir os efeitos da estiagem.

Entre eles, a compra de milho mais barato para alimentar animais, o refinanciamento de dívidas rurais e a bolsa-estiagem, que paga um auxílio de R$ 80 mensais para agricultores familiares que tiveram prejuízos.

Segundo o portal Observatório da Seca, do governo federal, há 68.211 pessoas recebendo o benefício, no Ceará.

O governo do estado pode solicitar recursos para a contratação de carros-pipa com o objetivo de abastecer as sedes dos municípios (zona urbana).

Atualmente, segundo o gerente, as zonas urbanas não necessitam de abastecimento por carros-pipa. No entanto, a Cedec prevê que 32 municípios possam entrar em colapso entre julho e outubro deste ano.

Paiva Júnior destacou que para lidar com essa possibilidade o governo do Ceará está elaborando um plano de trabalho para solicitar recursos de contratação do serviço, caso seja necessário.

“O estado não tem nenhum programa de atendimento com carros-pipa. O recurso é 100% federal. Se o município não tiver em situação de emergência, não temos como atendê-lo”. Já o atendimento da zona rural com carros-pipa é feito pelo Exército Brasileiro.

Segundo o sargento, além desses 67 municípios, 28 tiveram situações de emergência reconhecidas e o decreto estadual deve ser assinado e publicado ainda nesta segunda-feira. Há ainda 45 cidades com solicitações de situação de emergência a serem analisadas.

As avaliações são feitas conforme a Instrução Normativa 01/2012, do Ministério da Integração Nacional, que estabelece critérios para decretação de situação de emergência ou de calamidade pública.

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