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Uma questão de popularidade

O presidente Michel Temer volta da China nesta terça-feira com uma questão a resolver: o bafo quente das ruas. É consenso no governo que Temer errou ao subestimar os protestos quando falou, de fora do país, que reuniam um grupo de “40, 50, 100 pessoas”. No fim das contas, dezenas de milhares foram às ruas […]

PROTESTO EM SP: a decisão sobre o destino de Eduardo Cunha deve ser um fiel da balança para o governo / Fernando Donasci/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 06h16.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h43.

O presidente Michel Temer volta da China nesta terça-feira com uma questão a resolver: o bafo quente das ruas. É consenso no governo que Temer errou ao subestimar os protestos quando falou, de fora do país, que reuniam um grupo de “40, 50, 100 pessoas”. No fim das contas, dezenas de milhares foram às ruas em São Paulo, no domingo.

Silenciosamente, o governo começou a trabalhar para arrefecer os ânimos. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, afirmou que os atos reuniram número substancial de pessoas. Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo, se reuniu com MST e Contag, movimentos ligados ao PT e afirmou, no Twitter, que “não vê movimentos sociais como problema”. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, demonstrou preocupação com o desfile de 7 de Setembro, onde Temer vestirá pela primeira vez a faixa presidencial.

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Ganhar popularidade não estava no topo da lista de prioridades de Michel Temer. A aprovação de seu governo viria por melhorias na economia que resultariam de reformas e cortes na máquina e políticas públicas. Era esse o plano. Mas, com o avanço dos protestos, o governo tem pressa para desarmar o discurso da oposição. Uma enquete no site do Senado ganhou força, que já tem mais de 180.000 votos, mostra que mais de 90% das respostas pedem novas eleições ainda este ano.

O episódio que será o fiel da balança, na visão de analistas, é o processo de cassação do mandato de deputado federal de Eduardo Cunha, marcado para o dia 12. Nas palavras do presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), uma absolvição “derrubaria o teto do plenário”. Ontem, Carlos Maroun (PMDB-MS), aliado de Cunha afirmou que tentará uma nova manobra para que Cunha tenha apenas o mandato suspenso, e não cassado. Neste caso, continua elegível. Seria uma decisão que faria o calor das ruas se somar ao calor de aliados do PSDB e DEM.

 

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