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Uma mulher é estuprada a cada 2 horas no Rio, diz pesquisa

O número de tentativas de estupro no estado também aumentou 50%

Marcha das Vadias, em São Paulo: mulheres protestam contra o estupro (Kelsen Fernandes/Fotos Públicas)

Marcha das Vadias, em São Paulo: mulheres protestam contra o estupro (Kelsen Fernandes/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2014 às 08h29.

São Paulo - No estado do Rio, em 2013, 4.872 mulheres foram estupradas , o que significa 13 mulheres atacadas por dia, ou um caso a cada duas horas.

A estatística faz parte do Dossiê Mulher 2014, divulgado ontem, pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), ligado à Secretaria de Estado de Segurança, e só diz respeito aos casos que foram registrados oficialmente em delegacias de polícia.

No total, incluindo os casos de estupros masculinos e um pequeno percentual no qual o gênero da vítima não foi informado, o crime foi registrado 5.885 vezes no ano passado em todo o estado.

A estatística apresentou uma ligeira queda em relação a 2012, quando foram registrados 6.075 casos no total. No ano de 2010, os casos de estupro foram de 4.589 e, em 2011, de 4.871.

A socióloga Andréia Soares, organizadora do dossiê, destacou que houve um avanço expressivo nos casos de estupro nos anos de 2012 e de 2013, em comparação com os anos anteriores. Contudo, ela não soube precisar os motivos, nem se esse crescimento é resultado de um aumento no número de crimes ou de notificações.

“Está muito além do que foi registrado nos anos de 2010 e 2011. Houve um aumento das notificações, mas não sabemos se mais mulheres e mães, porque as vítimas são muito jovens, tiveram coragem de denunciar, e os agressores geralmente são pessoas muito próximas, inclusive parentes, ou se realmente houve um aumento desse fato [do crime de estupro]”, disse Andréia.

O número de tentativas de estupro, por sua vez, apresentou elevação de 50% entre 2013, quando houve um total de 616 casos, contra 408 registrados em 2012. Dos casos ocorridos no ano passado, 556 têm mulheres como vítimas.

Desde a sanção da Lei 12.015, de 2009, o que antes era registrado como atentado violento ao pudor, em casos de violência contra homens, passou a também ser classificado como estupro.

De acordo com o dossiê, quase a metade dos casos de estupro é praticada por pessoas conhecidas das vítimas, que correspondem a 46,6% dos autores. Pais ou padrasto são responsáveis por 17,7% dos crimes, seguidos por parentes (10,6%), conhecidos (10,1%) e companheiros ou ex-companheiros (8,2%).

O crime de estupro também está ligado à pouca idade das vítimas, o que as torna mais suscetíveis de ataques, pois não sabem se defender ou têm medo de revelar o que aconteceu. Mais da metade, ou 51%, das vítimas de estupro têm até 14 anos de idade.

Bebês com até 4 anos correspondem a 7,4% dos casos, crianças de 5 a 9 anos, 14,9%, e pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 14 anos formam quase um terço das vítimas, com 29,1%.

Do total de vítimas, de acordo com o dossiê do ISP, 82,8% são mulheres, 15,2% são do sexo masculino e 2% não teve informado o sexo da vítima.

Os dados completos do Dossiê Mulher 2014, incluindo dados sobre outras formas de violência, podem ser acessados na página do ISP na internet.

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