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Uma em cada 3 brasileiras foi vítima de violência no último ano

29% das entrevistadas no estudo afirmaram ter sido espancadas, ofendidas, ameaçadas, agarradas, perseguidas, esfaqueadas, empurradas ou chutadas

Violência: "Os resultados da pesquisa mostram que a violência faz parte da gramática dos relacionamentos no país e que é algo socialmente tolerado" (Thinkstock/Thinkstock)
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AFP

Publicado em 8 de março de 2017 às 17h44.

Última atualização em 9 de março de 2017 às 10h42.

Uma em cada três brasileiras maiores de 16 anos declarou ter sido vítima de violência física, verbal ou psicológica no último ano, revelou uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.

O estudo, intitulado "Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil" mostrou que 29% das entrevistadas afirmaram ter sido espancadas, ofendidas, ameaçadas, agarradas, perseguidas, esfaqueadas, empurradas ou chutadas nos últimos 12 meses.

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A pesquisa revela que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas por hora no Brasil e que dois em cada três brasileiros (66%) foram testemunha de alguma agressão física ou verbal contra mulheres no mesmo período.

A pesquisa foi realizada pelo Datafolha a pedido da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"Os resultados da pesquisa mostram que a violência faz parte da gramática dos relacionamentos no país e que é algo socialmente tolerado", afirmou Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum.

Em 61% dos casos relatados, o agressor era conhecido da vítima. As agressões ocorreram principalmente dentro de casa (43%) e na rua (39%), mas também no trabalho (5%) e em casas noturnas (5%), e 45% das vítimas tinham entre 16 e 24 anos.

A pesquisa mostrou, ainda, que mais mulheres negras (32%) e pardas (31%) relataram ter sofrido violência do que as brancas (25%).

Em relação ao assédio, 89% das mulheres negras declarou ter sofrido comentários desrespeitosos e contatos físicos indesejados, em comparação com 35% das brancas.

Segundo a pesquisa, 52% das mulheres que declararam ter sido vítimas de violência não tomaram nenhuma medida, enquanto 48% procuraram ajuda da família, de amigos, de igrejas, de delegacias da mulher e de delegacias comuns.

Em 2006, o país aprovou a Lei Maria da Penha, para combater a violência machista.

A norma foi batizada com o nome de uma ativista e bioquímica que lutou durante anos para que seu marido fosse condenado por tentar assassiná-la duas vezes e por deixá-la paraplégica.

O Datafolha entrevistou 2.073 mulheres entre 9 e 11 de fevereiro, e os dados têm uma margem de erro de três pontos percentuais.

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