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Um terço do esgoto do Grande Rio é despejado sem tratamento

Segundo dados de 2010 da FGV, 19,3% das residências da região metropolitana do Rio sequer têm acesso à rede coletora de esgoto

No entanto, de 2000 a 2010, houve um aumento de 53% no número de domicílios atendidos por rede de esgoto (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 18h45.

Rio de Janeiro – A região metropolitana do Rio de Janeiro teve um avanço no que se refere à coleta e ao tratamento de esgoto nos últimos dez anos. No entanto, 31,5% do esgoto residencial produzido no Grande Rio ainda são jogados diretamente no meio ambiente e 19,3% das residências sequer têm acesso à rede coletora de esgoto, segundo dados de 2010.

As conclusões são do estudo “Desafios do Saneamento em Metrópoles da Copa 2014: Estudo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, divulgado hoje (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o coordenador do estudo, Fernando Garcia, o número de domicílios atendidos por rede de esgoto passou de 2,08 milhões em 2000 para 3,17 milhões em 2010, ou seja, um aumento de 53%. O ritmo de crescimento, de 4,3% por ano, é ligeiramente superior à média nacional, que foi de 4,2% por ano no período.

Apesar desse avanço, ainda há 753 mil domicílios sem acesso à rede de esgoto, ou seja, 19,3% do total das residências do Grande Rio. Para Garcia, o quadro é ainda pior quando se avalia o tratamento do esgoto, mesmo daquele que é coletado pela rede.

O esgoto de 1,2 milhão de moradias não é tratado o que representa 31,5% do total produzido no Grande Rio. Em 11 dos 20 municípios da região, 100% do esgoto produzido são despejados diretamente no meio ambiente.

“Isso é preocupante porque tem um impacto na saúde e um impacto ambiental muito grande. Uma parte substantiva desse esgoto não coletado corre naturalmente para a Baía de Guanabara, isso tem um impacto ambiental que é muito severo, mas que pode ser recuperado num período relativamente curto de tempo”, disse.

Segundo o estudo da Fundação Getulio Vargas, seriam necessários R$ 250 milhões por ano, até 2014, para universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na região metropolitana do Rio.

O ganho seria sentido não apenas no meio ambiente, mas também na qualidade de vida da população. A pesquisa da FGV estima que as vidas de 400 crianças seriam salvas por ano, com a consequente melhoria na saúde pública trazida pela universalização do saneamento básico.

“Se até lá [até a Copa] conseguirmos melhorar as condições de saúde da população, do meio ambiente, das praias, da Baía de Guanabara, os turistas que vamos receber nos próximos anos vão ter uma impressão muito melhor. Isso tem um efeito duradouro sobre o turismo e a renda. Além disso, haverá um ganho expressivo de qualidade de vida da população dessas regiões”, disse.

A universalização do saneamento no Grande Rio poderia também gerar um ganho de renda para as famílias, uma vez que, de acordo com a FGV, espera-se um crescimento da produtividade do trabalhador que vive em áreas com saneamento adequado. Segundo o estudo, estima-se que poderá haver um aumento de 2,6% da renda média da população na região, ou seja, R$ 443 milhões por mês.

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Rio de Janeiro – A região metropolitana do Rio de Janeiro teve um avanço no que se refere à coleta e ao tratamento de esgoto nos últimos dez anos. No entanto, 31,5% do esgoto residencial produzido no Grande Rio ainda são jogados diretamente no meio ambiente e 19,3% das residências sequer têm acesso à rede coletora de esgoto, segundo dados de 2010.

As conclusões são do estudo “Desafios do Saneamento em Metrópoles da Copa 2014: Estudo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, divulgado hoje (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o coordenador do estudo, Fernando Garcia, o número de domicílios atendidos por rede de esgoto passou de 2,08 milhões em 2000 para 3,17 milhões em 2010, ou seja, um aumento de 53%. O ritmo de crescimento, de 4,3% por ano, é ligeiramente superior à média nacional, que foi de 4,2% por ano no período.

Apesar desse avanço, ainda há 753 mil domicílios sem acesso à rede de esgoto, ou seja, 19,3% do total das residências do Grande Rio. Para Garcia, o quadro é ainda pior quando se avalia o tratamento do esgoto, mesmo daquele que é coletado pela rede.

O esgoto de 1,2 milhão de moradias não é tratado o que representa 31,5% do total produzido no Grande Rio. Em 11 dos 20 municípios da região, 100% do esgoto produzido são despejados diretamente no meio ambiente.

“Isso é preocupante porque tem um impacto na saúde e um impacto ambiental muito grande. Uma parte substantiva desse esgoto não coletado corre naturalmente para a Baía de Guanabara, isso tem um impacto ambiental que é muito severo, mas que pode ser recuperado num período relativamente curto de tempo”, disse.

Segundo o estudo da Fundação Getulio Vargas, seriam necessários R$ 250 milhões por ano, até 2014, para universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na região metropolitana do Rio.

O ganho seria sentido não apenas no meio ambiente, mas também na qualidade de vida da população. A pesquisa da FGV estima que as vidas de 400 crianças seriam salvas por ano, com a consequente melhoria na saúde pública trazida pela universalização do saneamento básico.

“Se até lá [até a Copa] conseguirmos melhorar as condições de saúde da população, do meio ambiente, das praias, da Baía de Guanabara, os turistas que vamos receber nos próximos anos vão ter uma impressão muito melhor. Isso tem um efeito duradouro sobre o turismo e a renda. Além disso, haverá um ganho expressivo de qualidade de vida da população dessas regiões”, disse.

A universalização do saneamento no Grande Rio poderia também gerar um ganho de renda para as famílias, uma vez que, de acordo com a FGV, espera-se um crescimento da produtividade do trabalhador que vive em áreas com saneamento adequado. Segundo o estudo, estima-se que poderá haver um aumento de 2,6% da renda média da população na região, ou seja, R$ 443 milhões por mês.

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