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Tucano deixa CPI da JBS após escolha de aliado de Temer

A escolha de Marun como relator da CPI é vista como uma forma de o governo usar a comissão para atacar os delatores da JBS e o próprio PGR, Rodrigo Janot

Carlos Marun faz parte da tropa de choque de Temer (Agência Brasil/Agência Brasil)

Carlos Marun faz parte da tropa de choque de Temer (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 15h00.

Brasília - A escolha do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) como relator da CPI mista da JBS já provocou a primeira baixa na comissão de inquérito.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pediu o afastamento do colegiado nesta terça-feira, 12. Ferraço faz parte do grupo que defendia o desembarque do PSDB do governo de Michel Temer.

A saída deve ser acompanhada por outros parlamentares do partido que integram o colegiado, como os deputados João Gualberto (PSDB-BA) e Rocha (PSDB-AC).

Marun foi um dos mais fiéis aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e faz parte da tropa de choque de Michel Temer. O deputado teve entre seus doadores de campanha a própria empresa alvo da CPI mista. Ele recebeu, por meio de repasses de outros candidatos, R$ 103 mil em 2014.

A escolha de Marun como relator da CPI é vista como uma forma de o governo usar a comissão para atacar os delatores da JBS e o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A previsão é que requerimentos para que eles prestem depoimento sejam votados na reunião prevista para a tarde desta terça-feira.

No acordo de delação, que pode ser revisto pelo procurador-geral, os executivos da JBS implicam diretamente Temer e alguns de seus aliados, como o presidente afastado do PSDB, Aécio Neves.

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