Trump insinua que pode restringir voos internacionais vindos do Brasil
Governo americano tem estudado possibilidade de obrigar a realização de testes em todos os passageiros vindos de áreas fortemente afetadas pelo coronavírus
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de abril de 2020 às 19h04.
Última atualização em 28 de abril de 2020 às 22h56.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que, enquanto os especialistas acreditam que os piores dias da pandemia de coronavírus ficaram para trás, o país se prepara para a "segura e rápida" reabertura da economia americana. "Nossos esforços salvaram pelo menos 30 milhões de empregos", estimou, em pronunciamento durante cerimônia na Casa Branca sobre o programa de empréstimos a pequenas empresas (PPP, na sigla em inglês).
Segundo Trump, a demanda pelo instrumento está "extremamente alta", com a segunda etapa, iniciada ontem, tendo aprovado 450 mil empréstimos, totalizando mais de US$ 50 bilhões. Já na primeira etapa, foram concedidos US$ 349 bilhões em 1,6 milhão de concessões de crédito. "Pequenas empresas ficarão em boa posição após a pandemia", garantiu.
O republicano acrescentou que acredita que a recuperação será rápida e que o quarto trimestre do ano será "tremendo" em termos econômicos. "Acho que bateremos recordes no ano que vem. Espero que possamos voltar onde estávamos (antes da pandemia). Tínhamos a economia mais forte do planeta", disse, revelando que gosta da ideia de cortar impostos na folha de pagamento para impulsionar economia.
Trump também voltou a destacar a situação "difícil" da covid-19 no Brasil. Ele disse que, embora seja um "amigo muito bom" do presidente Jair Bolsonaro, entende que o País tem registrado avanço da doença. Segundo ele, o governo tem estudado a possibilidade de obrigar a realização de testes em todos os passageiros vindos de áreas fortemente afetadas pelo coronavírus. "O Brasil está entrando nessa categoria", afirmou, criticando a China por não ter contido o vírus logo no início.
Trump fala pelo país dele e eu pelo meu, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira que o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, deve fazer o que for o melhor para o país dele ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de restrição de voos do Brasil para os EUA diante do aumento do número de casos por aqui do novo coronavírus.
"Olha rapaz, ele fala sobre o que o teu (sic) país deve fazer e eu falo o que o meu país deve fazer, tá ok?", respondeu Bolsonaro, em entrevista no Palácio do Alvorada.
Questionado se concorda com a medida, o presidente disse: "eu não concordo com nada, nem discordo. O que ele achar que tem que fazer com o país dele, faz."