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Três reféns são liberados durante rebelião em cadeia de Curitiba

Motim começou no último domingo, motivado pela transferência de sete detentos para outras unidades prisionais após uma briga interna

Curitiba: três agentes foram encaminhados de ambulância para um hospital da região (Google/Reprodução)

Curitiba: três agentes foram encaminhados de ambulância para um hospital da região (Google/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de julho de 2018 às 16h54.

Após três dias de negociação, a rebelião na Casa de Custódia de Curitiba caminha para um fim. Três dos quatro agentes penitenciários mantidos reféns foram liberados no início da tarde desta quarta-feira, 4, e o quarto pode ser solto até o fim da manhã desta quinta.

O motim começou no último domingo, 1º. Segundo o Estado apurou, o tumulto foi motivado pela transferência de sete detentos para outras unidades prisionais após uma briga interna.

Em nota, o Departamento Penitenciário do Paraná, órgão da Secretaria de Segurança Pública, informa que as negociações chegaram a um consenso para garantir a liberação dos agentes. "Três dos quatro agentes penitenciários que eram feitos de reféns foram liberados na tarde desta quarta-feira, 4. O quarto agente será liberado nesta quinta-feira, 5, pela manhã, conforme negociado com os detentos", informa.

Os três agentes foram encaminhados de ambulância para um hospital da região. Segundo o Departamento Penitenciário, eles apresentavam ferimentos leves.

Militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM conduzem as negociações. Mais cedo, os policiais enfrentaram obstáculos devido a falta de uma liderança definida entre os detentos, o que dificultou um consenso em torno das reivindicações nos últimos três dias. O motim afeta apenas uma das três galerias da unidade.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) Ricardo Carvalho, que acompanhou as negociações, a dificuldade de contato com os detentos também prejudicou o monitoramento da situação dos agentes reféns pelo sindicato. De acordo com Carvalho, os agentes soltos não apresentavam ferimentos físicos, mas "estavam desorientados e abalados psicologicamente". Mais cedo, ele informou à reportagem que os reféns receberam ameaças de morte.

Além do motim, a Casa de Custódia de Curitiba também enfrenta problemas de superlotação. "A penitenciária foi planejada para 408 presos, mas está com 642", diz Carvalho. "Deveria haver 40 agentes por plantão, mas só havia 10 no momento [do motim]".

Na terça-feira, 3, o capitão da PM, Marcos Roberto de Oliveira, informou que 172 da unidade estavam rebelados.

Facções

A Secretaria de Segurança Pública informa que alguns membros envolvidos no motim pertencem à "Facção Paranaense", gangue local vinculada ao Comando Vermelho. Eles exigem que outros membros da facção instalados em unidades prisionais sejam transferidos para a CCC.

A justificativa seria a falta de segurança dos presídios, que também receberiam membros de grupos rivais, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), aumentando o risco de conflitos.

De acordo com a pasta, desde 2016 é realizada a transferência de presos ligados à facções para unidades consideradas "seguras", sem a presença de gangues rivais. A Secretaria, no entanto, não informou sobre a situação dos sete detentos transferidos que foram o estopim para o início da rebelião.

Fuga

Durante a rebelião, três detentos tentaram fugir da Casa de Custódia na tarde desta quarta-feira. A Seção de Operações Especiais da unidade foi acionada e impediu a saída do trio. Segundo o Departamento Penitenciário, a situação foi normalizada e não houve feridos.

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