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Tratamento para Covid-19 não sai antes de seis meses, acreditam médicos

Pesquisa Ipsos divulgada com exclusividade pela Exame ouviu 530 médicos brasileiros de diferentes especialidades sobre o combate à pandemia do coronavírus

Rio de janeiro, 24 de abril de 2020:  "Tom" Jobim de máscara.  (Bruna Prado/Getty Images)

Rio de janeiro, 24 de abril de 2020: "Tom" Jobim de máscara. (Bruna Prado/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 29 de abril de 2020 às 17h23.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 20h25.

Um tratamento ou uma vacina para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não ficam prontos antes de seis meses, acredita a imensa maioria dos médicos ouvidos por pesquisa divulgada com exclusividade à Exame nesta quarta-feira, 29.

O levantamento feito pela Ipsos em parceria com o instituto de pesquisa médica on-line Fine Research ouviu 530 médicos brasileiros de diferentes especialidades entre 31 de março e 3 de abril. Desse montante, 95% não acreditam numa resposta eficaz contra a doença antes desse período.

Sobre testes rápidos de grande escala para o coronavírus, três em cada 10 (30%) médicos acreditam que vai demorar mais de seis meses para que o país possa disponibilizar o recurso. A respeito desse tema, 49% dos entrevistados consideram haver um alto risco de colapso, enquanto que 37% acham que a estrutura do país é pouco adequada, com possível colapso.

A percepção dos médicos é mais otimista em relação à preparação da estrutura geral dos hospitais em que trabalham ante à do país como um todo. A percepão sobre o alto risco de colapso da estrutura de testes no ambiente de trabalho, por exemplo, cai para uma média de 40%. Já a estrutura pouco adequada, com possível colapso, foi resposta média de 35%.

Os médicos também foram questionados sobre os riscos que enfrentam na rotina de trabalho: 64% responderam falta de EPIs (Equipamento de proteção individual); 25%, falta de descanso e, 21%, de protocolos claros.

O cancelamento de eventos públicos ficou em primeiro lugar como medida mais citada como eficiente contra a disseminação da doença, com 87% das opiniões. Campanhas de conscientização para higiene pessoal vieram em segundo lugar como as mais citadas, com 85%.

Já o desenvolvimento da capacidade de produzir testes em massa para a população foi citado por 83%, chegando à terceira posição.

O uso em massa de máscaras/materiais de proteção e o investimento em respiradores e recursos para terapia intensiva (UTI) foram as iniciativas que ficaram em quarto e quinto lugar, com 54% e 53%, respectivamente.

 

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