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Transposição do Paraíba do Sul vai zerar risco no Cantareira

A seca de 2014 aumentou em 22% o chamado "risco sistêmico" do Cantareira.

O Sistema Cantareira, em São Paulo (Divulgação/ Sabesp)
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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2015 às 10h39.

São Paulo - A seca de 2014 aumentou em 22% o chamado "risco sistêmico" do Cantareira. Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) revelam que a chance de o manancial receber por mês um volume de água menor do que o necessário para abastecer a população sem racionamento subiu de 5,5% em 2013 para 6,7% após o primeiro ano da crise hídrica. Mas, segundo a estatal, esse risco será praticamente nulo (0,4%) após a conclusão da obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul, prevista para 2017.

O diagnóstico consta de um edital recém-publicado pela Sabesp para contratar um serviço de apoio à transposição, que poderá levar, em média, 5,1 mil litros por segundo da Represa Jaguari (Paraíba do Sul) para a Atibainha (Cantareira). Com esse reforço, que representa um terço do que é retirado hoje dos reservatórios, a companhia espera acelerar a recuperação do manancial e aumentar a segurança hídrica das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, onde 14 milhões de pessoas dependiam do Cantareira até o início da crise.

O risco sistêmico é um indicador que mede a probabilidade de a afluência (quantidade de água que entra no sistema pelos rios e pela chuva) em um ano qualquer ser menor do que a necessária para atender à demanda. Nesse caso, a Sabesp considerou como volume necessário o limite máximo de 36 mil litros por segundo que podem ser captados do sistema. Hoje, contudo, por causa da crise, essa retirada total está limitada pelos órgãos reguladores do manancial em 17 mil l/s, ou seja, uma vazão 53% menor, que é administrada com racionamento à população.

Isso significa que, até 2013, a entrada de água no Cantareira ficou abaixo dos 36 mil l/s em 55 meses distribuídos ao longo dos 83 anos de registros (desde 1930), o que resulta em um risco de 5,5%. Como esse volume foi inferior à meta em todos os meses de 2014, por causa da estiagem extrema, o número de "falhas" no sistema subiu para 67 vezes, ou seja, 6,7%. Historicamente, os reservatórios usados para abastecimento são projetados para operar com um risco máximo de 5%.

"Esse indicador é importante porque mostra a probabilidade de falhas, mas não dá a dimensão delas. A Sabesp tinha como objetivo que as falhas nunca chegassem a 5%. Elas já vinham ocorrendo em 2013, mas foi possível administrar com a água reservada no sistema. O problema é que em 2014 ficou abaixo em todos os meses e com vazões muito pequenas, o que exigiu uma redução significativa da retirada de água", explica Rubem Porto, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Universidade de São Paulo (USP).

Os dados da série histórica mostram que o Cantareira registrou déficits mensais, ou seja, perdeu mais água do que entrou, entre maio de 2013 e janeiro de 2015, quando o sistema chegou ao nível mais baixo de sua história, apenas 5% da capacidade, já incluindo as duas cotas do volume morto. À época, a Sabesp cogitou adotar um rodízio de cinco dias sem água na semana, que só foi descartado após as chuvas de fevereiro e março. Esses dois meses, aliás, são os únicos de 2015 nos quais a entrada de água ficou acima dos 36 mil l/s. Em outubro, por exemplo, a entrada de água foi de 12,5 mil l/s.

De acordo com Porto, com a transposição do Paraíba do Sul para o Cantareira, orçada em R$ 555 milhões, será possível colocar mais água no sistema por meio do bombeamento entre represas e manter volumes maiores de armazenamento no manancial. "Se a gente for surpreendido por outra seca, equivalente a 2013 e 2014, os reservatórios terão um nível maior e o risco será menor", afirma.

Problema pode aumentar. A conclusão da obra, contudo, está prevista para abril de 2017. Até lá, a Sabesp admite que o risco sistêmico pode aumentar, mas sem prejuízo à população, uma vez que ele é controlado com uma retirada de água do manancial bem menor. Ainda assim, a companhia afirma que "é alta a probabilidade de que o abastecimento de água para a região metropolitana de São Paulo e para a Bacia dos Rios PCJ (Piracicaba, Capivari, Jundiaí) em 2016 seja melhor do que em 2015". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A seca de 2014 aumentou em 22% o chamado "risco sistêmico" do Cantareira. Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) revelam que a chance de o manancial receber por mês um volume de água menor do que o necessário para abastecer a população sem racionamento subiu de 5,5% em 2013 para 6,7% após o primeiro ano da crise hídrica. Mas, segundo a estatal, esse risco será praticamente nulo (0,4%) após a conclusão da obra de transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul, prevista para 2017.

O diagnóstico consta de um edital recém-publicado pela Sabesp para contratar um serviço de apoio à transposição, que poderá levar, em média, 5,1 mil litros por segundo da Represa Jaguari (Paraíba do Sul) para a Atibainha (Cantareira). Com esse reforço, que representa um terço do que é retirado hoje dos reservatórios, a companhia espera acelerar a recuperação do manancial e aumentar a segurança hídrica das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, onde 14 milhões de pessoas dependiam do Cantareira até o início da crise.

O risco sistêmico é um indicador que mede a probabilidade de a afluência (quantidade de água que entra no sistema pelos rios e pela chuva) em um ano qualquer ser menor do que a necessária para atender à demanda. Nesse caso, a Sabesp considerou como volume necessário o limite máximo de 36 mil litros por segundo que podem ser captados do sistema. Hoje, contudo, por causa da crise, essa retirada total está limitada pelos órgãos reguladores do manancial em 17 mil l/s, ou seja, uma vazão 53% menor, que é administrada com racionamento à população.

Isso significa que, até 2013, a entrada de água no Cantareira ficou abaixo dos 36 mil l/s em 55 meses distribuídos ao longo dos 83 anos de registros (desde 1930), o que resulta em um risco de 5,5%. Como esse volume foi inferior à meta em todos os meses de 2014, por causa da estiagem extrema, o número de "falhas" no sistema subiu para 67 vezes, ou seja, 6,7%. Historicamente, os reservatórios usados para abastecimento são projetados para operar com um risco máximo de 5%.

"Esse indicador é importante porque mostra a probabilidade de falhas, mas não dá a dimensão delas. A Sabesp tinha como objetivo que as falhas nunca chegassem a 5%. Elas já vinham ocorrendo em 2013, mas foi possível administrar com a água reservada no sistema. O problema é que em 2014 ficou abaixo em todos os meses e com vazões muito pequenas, o que exigiu uma redução significativa da retirada de água", explica Rubem Porto, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Universidade de São Paulo (USP).

Os dados da série histórica mostram que o Cantareira registrou déficits mensais, ou seja, perdeu mais água do que entrou, entre maio de 2013 e janeiro de 2015, quando o sistema chegou ao nível mais baixo de sua história, apenas 5% da capacidade, já incluindo as duas cotas do volume morto. À época, a Sabesp cogitou adotar um rodízio de cinco dias sem água na semana, que só foi descartado após as chuvas de fevereiro e março. Esses dois meses, aliás, são os únicos de 2015 nos quais a entrada de água ficou acima dos 36 mil l/s. Em outubro, por exemplo, a entrada de água foi de 12,5 mil l/s.

De acordo com Porto, com a transposição do Paraíba do Sul para o Cantareira, orçada em R$ 555 milhões, será possível colocar mais água no sistema por meio do bombeamento entre represas e manter volumes maiores de armazenamento no manancial. "Se a gente for surpreendido por outra seca, equivalente a 2013 e 2014, os reservatórios terão um nível maior e o risco será menor", afirma.

Problema pode aumentar. A conclusão da obra, contudo, está prevista para abril de 2017. Até lá, a Sabesp admite que o risco sistêmico pode aumentar, mas sem prejuízo à população, uma vez que ele é controlado com uma retirada de água do manancial bem menor. Ainda assim, a companhia afirma que "é alta a probabilidade de que o abastecimento de água para a região metropolitana de São Paulo e para a Bacia dos Rios PCJ (Piracicaba, Capivari, Jundiaí) em 2016 seja melhor do que em 2015". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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