Condenação: "é um sinal significativo de que o estado de direito está trabalhando", afirmou Urgaz. (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de julho de 2017 às 11h31.
São Paulo - O presidente da Transparência Internacional, José Ugaz, afirmou, nesta quarta-feira, 12, que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de prisão proferida pelo juiz federal Sérgio Moro é 'é um sinal significativo de que o estado de direito está trabalhando no Brasil e que não há impunidade, mesmo para os poderosos'. A entidade diz ver 'ataques de todos os lados' às investigações e exige 'garantias' de que a Lava Jato siga em frente sem 'interferências de partidos políticos'.
O petista foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro de R$ 2,25 milhões em razão de supostamente ter aceitado o triplex no Guarujá e suas respectivas reformas como forma de propinas da OAS oriundas de desvios na Petrobras.
"A condenação do ex-presidente Lula é um sinal significativo de que o estado de direito está trabalhando no Brasil e que não há impunidade, mesmo para os poderosos", afirmou Urgaz.
O presidente da Transparência Internacional ainda disse que 'Lula não é o único político de alto nível que é foco das investigações de corrupção. O atual presidente, Michel Temer (PMDB), que é do extremo oposto do espectro político, também está enfrentando acusações de corrupção, assim como o senador Aécio Neves (PSDB), que concorreu contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas últimas eleições'. Urgaz afirma que os parlamentares brasileiros e o STF, responsáveis por julgar os dois casos, devem agir com imparcialidade.
O presidente da entidade ainda afirma que o 'escândalo da Lava Jato atingiu políticos de todos os partidos e os mais poderosos empresários brasileiros' e que 'não é surpreendente' o fato de que 'os juízes e investigadores estejam sendo atacados de todos os lados'.
"Esta é a prova de que a corrupção não distingue entre ideologias ou partidos políticos. A Transparência Internacional exige garantias de que as investigações possam prosseguir e que todos os processos judiciais permaneçam independentes e livres de interferências de qualquer partido político", afirmou o presidente da Transparência Internacional.