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Trabalhadores do porto invadem navio chinês em protesto

Invasão é um protesto contra os planos do governo de alterar o sistema de concessões de terminais nos portos brasileiros

Porto de Santos: os trabalhadores entraram no navio, que traz guindastes para o terminal privado de contêineres Embraport (Germano Luders, EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 12h23.

São Paulo - Trabalhadores do porto de Santos invadiram o navio chinês Zhen Hua 10 no início desta segunda-feira em um protesto contra os planos do governo de alterar o sistema de concessões de terminais nos portos brasileiros, disse o presidente da Força Sindical.

Os trabalhadores entraram no navio, que traz guindastes para o terminal privado de contêineres Embraport, controlado pelo Odebrecht, pela trader Coimex e pela DP World, dos Emirados Árabes.

Os guindastes serão usados para carregar e descarregar contêineres no terminal privado, que é um modelo de exploração menos comum no país, onde a maioria dos terminais portuários é público.

"Os trabalhadores ocuparam o navio chinês para parar o descarregamento, como largada do protesto contra a Medida Provisória 595. Eu vou conversar com eles para resolver isso", disse à Reuters o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

O governo planeja atrair 54 bilhões de reais em investimentos do setor privado para modernizar os portos brasileiros através de uma nova regulamentação para o setor. A iniciativa foi tomada através da Medida Provisória 595, editada no ano passado e bastante contestada por algumas empresas e por trabalhadores portuários.

A principal reclamação dos sindicalistas é que a MP fragiliza as relações trabalhistas, flexibilizando as exigências feitas para empresas que vierem a operar dentro das áreas de portos públicos.


Os trabalhadores reclamam que a MP derruba a exigência de contratação de trabalhadores avulsos (sem vínculos com as empresas) por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) --entidade que organiza a fila de trabalhadores escalados para o trabalho.

Há operadores do setor privado, no entanto, que dizem que o sistema de contratação avulsa é um dos motivos para os altos custos dos serviços portuários brasileiros.

O presidente da Força Sindical disse que os trabalhadores de Santos planejam uma paralisação de seis horas na sexta-feira, em protesto contra os planos de reforma do setor. Afirmou ainda que há planos para uma greve a partir de 18 de março se as negociações com o governo federal não atenderem às demandas da categoria.

Uma greve neste momento, em que uma safra recorde de grãos começa a ser exportada, poderia trazer prejuízos ao país. E, se houver interrupção nos embarques, os mercados globais de commodities poderiam ser afetados.

A partir de abril o centro-sul do Brasil, com peso especial para o Estado de São Paulo, deverá começar a colher a nova safra de cana-de-açúcar. O porto de Santos é o principal ponto de escoamento da produção nacional de açúcar, que corresponde a cerca de metade de todo o comércio global do produto.

As autoridades portuárias de Santos não comentaram a ocupação do navio chinês, porque o terminal é privado e está fora da área do porto público organizado.

Executivos da Embraport estavam reunidos com representantes dos trabalhadores e esperavam uma conclusão sobre o impasse com o navio chinês até a tarde desta segunda-feira.

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São Paulo - Trabalhadores do porto de Santos invadiram o navio chinês Zhen Hua 10 no início desta segunda-feira em um protesto contra os planos do governo de alterar o sistema de concessões de terminais nos portos brasileiros, disse o presidente da Força Sindical.

Os trabalhadores entraram no navio, que traz guindastes para o terminal privado de contêineres Embraport, controlado pelo Odebrecht, pela trader Coimex e pela DP World, dos Emirados Árabes.

Os guindastes serão usados para carregar e descarregar contêineres no terminal privado, que é um modelo de exploração menos comum no país, onde a maioria dos terminais portuários é público.

"Os trabalhadores ocuparam o navio chinês para parar o descarregamento, como largada do protesto contra a Medida Provisória 595. Eu vou conversar com eles para resolver isso", disse à Reuters o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

O governo planeja atrair 54 bilhões de reais em investimentos do setor privado para modernizar os portos brasileiros através de uma nova regulamentação para o setor. A iniciativa foi tomada através da Medida Provisória 595, editada no ano passado e bastante contestada por algumas empresas e por trabalhadores portuários.

A principal reclamação dos sindicalistas é que a MP fragiliza as relações trabalhistas, flexibilizando as exigências feitas para empresas que vierem a operar dentro das áreas de portos públicos.


Os trabalhadores reclamam que a MP derruba a exigência de contratação de trabalhadores avulsos (sem vínculos com as empresas) por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) --entidade que organiza a fila de trabalhadores escalados para o trabalho.

Há operadores do setor privado, no entanto, que dizem que o sistema de contratação avulsa é um dos motivos para os altos custos dos serviços portuários brasileiros.

O presidente da Força Sindical disse que os trabalhadores de Santos planejam uma paralisação de seis horas na sexta-feira, em protesto contra os planos de reforma do setor. Afirmou ainda que há planos para uma greve a partir de 18 de março se as negociações com o governo federal não atenderem às demandas da categoria.

Uma greve neste momento, em que uma safra recorde de grãos começa a ser exportada, poderia trazer prejuízos ao país. E, se houver interrupção nos embarques, os mercados globais de commodities poderiam ser afetados.

A partir de abril o centro-sul do Brasil, com peso especial para o Estado de São Paulo, deverá começar a colher a nova safra de cana-de-açúcar. O porto de Santos é o principal ponto de escoamento da produção nacional de açúcar, que corresponde a cerca de metade de todo o comércio global do produto.

As autoridades portuárias de Santos não comentaram a ocupação do navio chinês, porque o terminal é privado e está fora da área do porto público organizado.

Executivos da Embraport estavam reunidos com representantes dos trabalhadores e esperavam uma conclusão sobre o impasse com o navio chinês até a tarde desta segunda-feira.

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