Torcer pela prisão de Aécio é equívoco, diz líder do PT na Câmara
O deputado federal Carlos Zarattini afirmou que não se pode "torcer por um ataque sem nenhum princípio às pessoas"
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de junho de 2017 às 15h56.
São Paulo - O deputado federal Carlos Zarattini (SP), líder do PT na Câmara, criticou nesta terça-feira, 20, os petistas que torcem para que o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite o pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB) feito pela Procuradoria-Geral da República.
"Vi vários do PT torcendo pela prisão dele. Isso é um equívoco. Não podemos torcer por um ataque sem nenhum princípio às pessoas", afirmou o parlamentar à reportagem.
A Primeira Turma do STF julga nesta terça-feira, 20, os recursos contra a decisão do ministro Edson Fachin de afastar Aécio do cargo e o pedido de prisão do tucano feito pela PGR.
A defesa do senador solicitou que o Supremo devolva a ele as funções parlamentares.
Na avaliação de Zarattini, uma eventual prisão só poderia ocorrer em dois cenários.
"Ele é um senador. Sendo assim, só poderia ser preso se fosse em flagrante ou se estivesse cometendo um crime continuado. Aquela acusação de que Aécio estaria obstruindo a justiça por estar em uma reunião fazendo política não faz sentido. Pelo amor de Deus... Fazer política não é crime continuado", avaliou.
No dia 2 de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra o senador afastado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça com base nas delações de executivos da JBS.
Aécio aparece em áudio pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista que seriam destinados, segundo o tucano, ao pagamento de despesas com sua defesa.
Defesa
Em nota divulgada na semana passada, a defesa do senador Aécio Neves reafirma "que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal. O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção. O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos".