Sexta-feira os ilustres parlamentares saem de férias. Antes disso, o Congresso deve decidir o futuro de muitas cabeças em Brasília. A primeira delas é a de Eduardo Cunha. A Comissão de Constituição e Justiça deve votar hoje o parecer do relator Ronaldo Fonseca (PROS). A tendência é que a comissão vá contra o relatório, que diz que o processo contra o ex-presidente da Câmara deve voltar ao Conselho de Ética por um suposto erro na ordem de votação.

Com isso, o futuro de Cunha deve ir ao plenário da Casa e ser votado no começo de agosto, quando os parlamentares voltam do recesso. Tudo indica que esse será o final da linha para o deputado. Mas, quando se trata de Cunha, podem surgir novidades. Fonseca disse nesta segunda-feira que, devido ao grande número de deputados que querem falar durante a sessão, a votação pode passar para o próximo encontro da CCJ, em agosto. Cunha ganharia, assim, mais tempo para arrumar uma forma de sair do banho maria.

O futuro do presidente interino Michel Temer também está na mesa esta semana. Caso Cunha não consiga continuar postergando sua própria cassação, ele entrará na mira do juiz Sergio Moro. Sua delação é improvável, mas ainda assim essa possibilidade tira o sono de personagens muito próximos ao presidente. “Para o governo, o melhor dos mundos seria que Cunha preservasse o mandato e as prerrogativas”, diz Ricardo Ribeiro, analista político da MCM Consultores.

A terceira decisão importante na Câmara pré-recesso é a do novo presidente, que tem um mandato-tampão de sete meses. Confirmada para quarta-feira, a votação tem como favoritos Rogério Rosso, do PSD, e Rodrigo Maia, do DEM. Dez deputados já oficializaram candidatura, e o número de concorrentes pode chegar a 20. O vencedor assumirá o país durastes as viagens que Temer já prometeu fazer caso seja oficializado. A primeira delas, já em setembro.