Brasil

Texto da dívida dos estados retira contrapartidas do governo

Alguns dos pontos suprimidos foram a proibição de concessão de aumentos e reajustes salariais e a suspensão de admissão ou contratação de pessoal


	Dinheiro: alguns dos pontos suprimidos foram a proibição de concessão de aumentos e reajustes salariais e a suspensão de admissão ou contratação de pessoal
 (.)

Dinheiro: alguns dos pontos suprimidos foram a proibição de concessão de aumentos e reajustes salariais e a suspensão de admissão ou contratação de pessoal (.)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 22h09.

Brasília - Após pressão de governadores e servidores públicos, líderes da base aliada articularam nesta terça-feira, 2, um novo texto para o projeto de Lei Complementar de renegociação da dívida dos Estados com a União que retira várias das contrapartidas que o governo exigia em troca de melhores condições para reestruturação das dívidas.

Alguns dos pontos suprimidos foram a proibição de concessão de aumentos e reajustes salariais e a suspensão de admissão ou contratação de pessoal.

Essas contrapartidas haviam sido apresentadas pelo governo como um sinal de que a renegociação da dívida não se trata apenas de um perdão de débitos dos Estados.

A mensagem era de que os Estados também teriam de fazer sacrifícios em troca de condições mais vantajosas para o pagamento da dívida com a União.

Segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), o novo texto também retira a obrigação que os Estados teriam, em um prazo de 10 anos, de incluir despesas com terceirizados no cálculo de gastos com pessoal para efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A obrigação prevista no projeto original enviado pelo governo era a principal reclamação dos servidores.

Até esta manhã, o governo tinha aceitado que os gastos com terceirização fossem retirados do cálculo apenas para cinco carreiras: Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público Tribunais de Contas estaduais e assembleias legislativas. Como contrapartida, esses gastos não poderiam crescer acima da inflação do ano anterior.

O novo texto que está sendo fechado mantém, no entanto, a obrigação para que Estados incluam os gastos com inativos nas despesas com pessoal, para cálculo da LRF.

A nova redação estabelece que entes federados terão até 10 anos para se adaptar. Para isso, cria uma regra de transição: 1/10 dos gastos com inativos terão de ser considerados no cálculo a cada ano.

Votação adiada

O novo texto articulado pelos líderes da base aliada ainda precisa do aval da equipe econômica e do Palácio do Planalto. O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), sinalizou que o governo poderá aceitar as mudanças feitas pelos deputados aliados.

Com as mudanças ainda em negociação, o relator do projeto na Câmara, deputado Esperidião Amin (PSC-SE), anunciou o adiamento da votação da proposta no plenário da Casa para a próxima semana. Nesta terça-feira, não haveria mais tempo hábil para isso, pois haverá sessão do Congresso Nacional a partir das 19h.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaEstados brasileirosReajustes salariais

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar