Testemunhas não comparecem à sessão de Conselho
Dos oito chamados pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG), apenas dois confirmaram seus depoimentos
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 18h02.
Brasília - Ninguém compareceu à primeira oitiva das testemunhas convidadas para depor no processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados .
Dos oito chamados pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG), apenas dois confirmaram seus depoimentos: o doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná e que prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu para Vargas, o empresário Bernardo Tosto, que responderá por escrito.
Delgado reclamou que um acordo foi firmado com a liderança do PT para que os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão (SP), comparecessem nesta quarta-feira.
Dos três petistas, apenas Vaccarezza comunicou oficialmente que não estaria presente na reunião.
Os demais não responderam aos convites encaminhados no dia 3 de junho. "O não comparecimento é a demonstração de que tem alguma coisa errada", concluiu o relator.
As testemunhas devem receber nos próximos dias uma notificação para comparecerem no Conselho de Ética. Se não atenderem ao segundo convite, o regimento permite que o relator dispense a oitiva das testemunhas.
Diferentemente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o Conselho de Ética não tem poder de convocação e deve limitar as notificações a simples convites.
Além das testemunhas do relator, outras oito foram arroladas por Vargas, entre elas o doleiro preso. "A contaminação eleitoral não será para mim, será contra eles", destacou Delgado, referindo-se à ausência dos petistas nesta manhã.
Em pleno recesso informal devido à Copa do Mundo, apenas três membros do colegiado compareceram à reunião, além do relator e do presidente, deputado Ricardo Izar (PSD-SP). Vargas foi representado pelos seus advogados Marcos Gusmão e Michel Saliba.
Mesmo cientes de que medidas judiciais podem atrapalhar o trâmite do processo, o objetivo do colegiado é votar o relatório até 17 de julho, último dia antes do recesso parlamentar.
Delgado reafirmou a intenção de cumprir "rigorosamente" os prazos e atender assim às "cobranças da sociedade".
"Não quero que passe à sociedade nenhuma impressão protelatória", disse Delgado. A próxima reunião do Conselho de Ética está marcada para o dia 25 de junho.