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Tesoureiro do PT é suspeito em sete frentes da Lava Jato

As apurações envolvem o recebimento de propina em obras de refinarias e unidades petroquímicas e em contratos do setor naval para o pré-sal


	Vaccari: o tesoureiro também é investigado por negócios com recursos do fundo Petros e enriquecimento ilícito
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Vaccari: o tesoureiro também é investigado por negócios com recursos do fundo Petros e enriquecimento ilícito (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 10h11.

São Paulo, Curitiba e Brasília - Preso pela Polícia Federal na manhã deste quarta-feira, 15, em sua residência em São Paulo, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é foco de sete frentes de investigação pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

As apurações envolvem o recebimento de propina em obras de refinarias e unidades petroquímicas, em contratos do setor naval para o pré-sal, em negócios com recursos do fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras (Petros) e por enriquecimento ilícito.

Vaccari e sua cunhada foram preso pela Polícia Federal e levados diretamente para a Superintendência da PF em Curitiba, onde estão concentrados os trabalhos da Lava Jato.

Denunciado criminalmente como o operador de propina do PT no esquema de cartel e corrupção na Petrobras, o tesoureiro nacional do partido já havia sido conduzido coercitivamente a depor, no dia 5 de fevereiro.

Desta vez, a mulher dele Giselda Rosie de Lima foi conduzida coercitivamente a depor.

Uma das frentes envolve um suposto pagamento de R$ 400 mil, depositado em 2008 na conta da mulher de Vaccari por empresa usada pelo ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - estopim da Lava Jato.

Em um pen drive aprendido nas buscas da Lava Jato, a PF localizou o contrato de empréstimo datado de 10 de novembro de 2008 e assinado pela mulher de Vaccari e pela empresa CRA - Comércio de Produtos Agropecuários Ltda., bem como o recibo de quitação de 2009.

A CRA estava registrada em nome do advogado Carlos Alberto Costa, preso em 2014 pela Lava Jato acusado de ser laranja do doleiro Alberto Youssef.

Réu confesso da Lava Jato, Costa revelou que a CRA pertencia a Cláudio Mente e foi usada para movimentar propina das empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobras por Janene e empreiteiras do cartel.

Nos documentos da Lava Jato, está a transferência dos R$ 400 mil para a conta de Giselda no dia 19 de novembro de 2008. O advogado de Youssef afirmou em depoimento que foi ele quem elaborou o contrato de mútuo entre a CRA e a mulher de Vaccari.

"Visava justificar a transferência a Giselda Rousie de Lima. A CRA nunca emprestou dinheiro a ninguém", declarou Costa em depoimento prestado à PF no dia 13 de fevereiro.

No termo, o laranja de Youssef e Mente declarou ter "certeza de que tanto o contrato de mútuo como o termo de quitação foram feitos na mesma data, como era de praxe, considerando que esse tipo de documento era usado para ‘esquentar’ alguma transação financeira".

Costa declarou ainda que Vaccari tinha "negócios" com o ex-sócio de Janene "ligados a fundos de previdência". "Claudio (sócio de Janene) mencionava a influência de Vaccari junto a fundos de pensão de estatais", disse à PF.

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