Villas Bôas: "Acho que, com a firmeza e a transparência do ministro Moro, e bom senso, isso vai se resolver" (Agência Senado/Wikimedia Commons/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de junho de 2019 às 18h44.
Última atualização em 13 de junho de 2019 às 18h53.
Brasília — O assessor especial do Gabinete de Segurança Instituição (GSI), Eduardo Villas Bôas, manifestou preocupação com os efeitos do caso envolvendo a suposta troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato durante a operação. Para o ex-comandante do Exército, a situação pode tomar um vulto que comprometa a reforma da Previdência. Ele chegou a comparar o caso com a delação da JBS durante o governo do ex-presidente Michel Temer.
"Do ponto de vista do ministro, eu tenho receio que isso venha a tomar um vulto que venha a prejudicar o País. Nós já tivemos esse exemplo no governo Temer, quando quem saiu perdendo foi o País", afirmou Villas Bôas após reunião com os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR) e Vanderlan Cardoso (PP-GO) no Senado. Perguntado, ele respondeu que se referia a efeitos em propostas como a reforma da Previdência. "Mas eu acho que, com a firmeza e a transparência do ministro Moro, e bom senso, isso vai se resolver sem trazer prejuízos para os programas e projetos que estão sendo encaminhados", ponderou.
Villas Bôas minimizou o conteúdo das supostas mensagens reveladas e disse que a invasão a celulares particulares é o ponto mais grave do caso. "O que aconteceu relativo ao ministro é muito pequeno, eu não estou vendo gravidade. Eu volto ao oportunismo para tentar enfraquecer o ministro Moro e o próprio projeto de diminuição da violência", comentou. Há dois dias, o ex-comandante do Exército divulgou uma nota nas redes sociais em que falava em "insensatez e oportunismo" para tentar esvaziar a Lava Jato.
O assessor do GSI alertou ainda para uma "vulnerabilidade perigosa" para o próprio governo e para a iniciativa privada diante do risco de invasão de mensagens.