Congresso Nacional: Temporão pediu verba para diminuir fragilidade financeira do SUS (Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 15h26.
Brasília - Ao reforçar hoje a necessidade imediata de mais recursos para a saúde, o ministro da pasta, José Gomes Temporão, disse caber ao Congresso discutir e decidir de onde vai sair esse dinheiro. O "pepino", segundo ele, tem que ser "jogado no colo do Congresso Nacional". Sem defender abertamente a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ele disse caber ao Congresso, "que nos representa, sentar com o governo e tentar uma equação que resolva o problema".
"Mas que vai precisar de mais dinheiro vai, e rápido. A situação está difícil", reiterou. "Não defendo volta da CPMF, mas uma solução que resolva de uma vez por tidas a fragilidade econômica financeira do SUS (Sistema Único de Saúde)". Para o ministro, as pessoas que não concordam que falta dinheiro e consideram que o problema é de gestão "demonstram profunda ignorância".
Destacou que choque de gestão na saúde é pagar melhor os profissionais, o que significa mais dinheiro, mais gastos. "É uma visão romântica, a de que basta organizar um pouquinho melhor as finanças", acrescentou. "Isto não se sustenta". Temporão falou sobre o assunto no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, onde se reuniu com gestores e profissionais da saúde em busca de uma mobilização para enfrentar a dengue.
Dengue
Pernambuco está entre os dez Estados brasileiros com risco de epidemia de dengue e o ministro está em peregrinação. Cinco deles foram visitados nesta semana - Sergipe, Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco. Na próxima ele irá a outros cinco - Amazonas, Amapá, Maranhão, Paraíba e Rio de Janeiro.
Dos 16 municípios brasileiros com risco de surto, cinco estão em Pernambuco, que teve neste ano 13 óbitos confirmados por dengue, enquanto outros 29 estão sob investigação. Os casos notificados da doença são de 52.016, dos quais 17.688 confirmados.
O ministro destacou a importância do envolvimento da população no combate à doença e observou que embora 96% das pessoas, de acordo com pesquisas, tenham conhecimento dos sintomas da dengue e das formas de prevenção, quando se pergunta o que cada um está fazendo "o problema é sempre do vizinho". Também disse que no Nordeste 75% dos criadouros do mosquito encontram-se em cidades ou municípios sem oferta regular de água tratada.