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Tempestade deixa seis mortos e provoca alagamentos no Rio de Janeiro

Desde a noite de ontem, o município está em estágio de crise, o mais grave de uma escala de três níveis

Rio de Janeiro, RJ: forte chuva provoca mortes e deixa a cidade em estado de crise (Centro de Operação da prefeitura do Rio/Agência Brasil)

Rio de Janeiro, RJ: forte chuva provoca mortes e deixa a cidade em estado de crise (Centro de Operação da prefeitura do Rio/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 07h07.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2019 às 14h21.

A forte chuva, a maior desde o início do verão — um dos mais quentes dos últimos anos —, trouxe caos à cidade do Rio de Janeiro desde a noite de ontem (6), quando o Centro de Operações da prefeitura decretou, às 22h15, estágio de crise — o terceiro nível em uma escala de três.

Os moradores se depararam, por toda a cidade, com muitos danos causados pelo temporal, principalmente nas zonas sul e oeste: árvores caídas e atravessadas em algumas das principais vias em razão dos fortes ventos que, em Copacabana, chegaram a 110 quilômetros por horas; sinais de trânsito funcionando precariamente; postes caídos e bolsões d'água nas principais ruas e avenidas.

Pelo menos seis pessoas morreram em consequência da chuva, entre elas duas em Guaratiba, na zona oeste, e uma na favela da Rocinha, na zona sul.

Em Guaratiba, as mortes foram provocadas pelo desabamento de uma casa, onde moravam quatro pessoas. Mais duas ficaram feridas no mesmo acidente e levadas para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste. Até o início da manhã, ainda não havia informações sobre o estado de saúde delas. Outra morte confirmada ocorreu após um deslizamento na Favela da Rocinha, uma das áreas mais atingidas pela chuva.

Também foram notificados diversos deslizamentos de terra na Avenida Niemeyer, que liga os bairros do Leblon e São Conrado, na zona sul, e que deverá ficar interditada por todo o dia.

Em outro trecho da Niemeyer, um deslizamento provocou o desabamento de parte da Ciclovia Tim Maia, que caiu no mar. O local é próximo da parte da ciclovia que foi derrubada pelas ondas durante uma ressaca em abril de 2016, matando duas pessoas.

Na mesma avenida, outro deslizamento atingiu um ônibus, que acabou tombando sobre a ciclovia na encosta da pista. De acordo com o motorista, dois passageiros que estavam no coletivo ficaram presos nas ferragens. Os bombeiros trabalham no local para tentar resgatar as vítimas.

Alerta Rio

De acordo com dados do Alerta Rio, o sistema de monitoramento da prefeitura, o volume de chuva acumulado em apenas duas horas na noite dessa, quarta-feira, foi maior do que o esperado para todo o mês de fevereiro em alguns pontos dessas regiões.

Até o início da manhã, a prefeitura havia registrado 63 quedas de árvores pela cidade. Em alguns casos, os galhos caíram sobre a rede elétrica e provocaram falta de energia, principalmente em bairros das zonas oeste e norte.

A ventania também arrastou um veleiro que estava nas proximidades de uma das praias da zona sul para o Arpoador, entre Copacabana e Ipanema. A embarcação ficou encalhada na areia, e os quatro ocupantes foram retirados sem nenhum ferimento. Alguns quiosques instalados na orla de Ipanema e no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, foram danificados pelo vento.

Ainda há grandes bolsões de água em vários pontos da zona sul, como Leblon, Gávea, Ipanema, Lagoa, Botafogo e em São Conrado. Há bolsões também no Itanhangá e na Barra da Tijuca.

Neste momento, a chuva deu uma trégua e não há previsão de precitações fortes ao longo desta quinta-feira. Pode ocorrer, no entanto, chuva de intensidade fraca a moderada, com probabilidade de deslizamentos de terra nas zonas sul e oeste, onde o solo está encharcado.

Trânsito

Em relação ao trânsito, o prefeito Marcelo Crivella admitiu que a situação mais crítica é na Avenida Niemeyer, que só deverá ter as pistas liberadas no fim do dia.

A avenida é uma das duas opções de ligação entre os bairros da zona oeste, como a Barra, e a zona sul. Nos dias úteis ela opera em mão única sentido zona sul, integrando o corredor reversível em direção ao centro.Bairros

Entre os bairros mais afetados pelo temporal estão a Rocinha, onde uma pessoa foi arrastada pela força da água, o Vidigal, o Alto da Boa Vista, a Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.

Sirenes foram acionadas na Favela da Rocinha e na Comunidade Sítio Pai João, no bairro do Itanhangá, perto da Barra. A orientação do Sistema Alerta Rio era para que as pessoas procurassem pontos seguros de apoio.

Vários bairros ficaram sem luz, devido à queda de árvores sobre a rede de alta tensão. As equipes de emergência da Light foram muito acionadas, principalmente nas zonas oeste e norte.

Durante parte da noite, os túneis Santa Bárbara e Zuzu Angel, que liga São Conrado à Gávea e ao Leblon, foram interditados por quedas de árvores.

Em decorrência do estágio de crise, a prefeitura cancelou a coletiva marcada para hoje, quando seria apresentado o planejamento para o Carnaval Rio 2019.

Moradores da cidade registraram imagens das chuvas nas redes sociais:

https://twitter.com/oh_acredito/status/1093319560533630977

 

https://twitter.com/oh_acredito/status/1093326334393225216

 

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